Por que será que o povo não foi às ruas neste domingo 13 de dezembro?
Se o impeachment depender das manifestações do último domingo (dia 13), a presidente Dilma pode ficar tranquila. Até mesmo em São Paulo, o epicentro da insatisfação nacional, o protesto foi minguado. Em João Pessoa então, não passou de um pequeno desfile simbólico. Os brasileiros, talvez imbuídos do espírito natalino, preferiram mesmo ficar em casa.
O que, obviamente, não quer dizer que o assunto está sepulto, o que não haja uma expressiva parcela de brasileiros que segue torcendo pelo afastamento da presidente. O Palácio do Planalto sabe disso, tanto que até cuidou de contemporizar com o fracasso das manifestações. Mas, a verdade é que, a preço de hoje, as pessoas não estão querendo ir às ruas.
Nos últimos dois anos, houve grandes manifestações de insatisfação no País todo, e o que se viu, na verdade, foi que de pouco adiantou. Então, é possível que boa parte dos brasileiros tenha concluído que, em se tratando de Brasil, não adiante muito ir às ruas, quando tudo se decide mesmo ao sabor das conveniências da classe política.
No entanto, não se deve perder de vista que a minguada participação popular, embora esteja longe de significar apoio ao Governo Dilma, a julgar pelos números de sua desaprovação nas pesquisas, pode representar que a tese do impeachment não vem sendo assimilada pela população como saída para a crise. Talvez a população receie que a crise pode piorar ainda mais com um impeachment.