Janot diz que Eduardo Cunha usou CPI presidida por Hugo Mota para constranger e intimidar testemunhas
Após o envolvimento de dois paraibanos (Manuel Júnior e Wellington Roberto) na “guerra” pela punição de Eduardo Cunha no Conselho de Ética da Câmara Federal, outro deputado da Paraíba entrou nos holofotes da mídia: segundo o procurador-geral da República Rodrigo Janot, Hugo Mota teria usado a CPI da Petrobrás, a pedido de Cunha, para constranger e intimidar testemunhas.
Num dos pontos citados por Janot, Cunha teria determinado a contratação da empresa de inteligência Kroll (por R$ 1 milhão) para “descobrir algo” que pudesse comprometer os acordos de delação premiada firmados no âmbito da Operação Lava Jato. Mas, o relatório da Kroll pouco acrescentou aos trabalhos da CPI, segundo a PGR. A CPI, presidida por Hugo, funcionou de fevereiro a outubro deste ano.
A PGR cita também a convocação da advogada Beatriz Catta Preta, que atuou na defesa de quatro delatores do esquema de corrupção da Petrobras. O pedido de convocação foi apresentado pelo deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), aliado de Cunha. Atual ministro de Ciência e Tecnologia, Pansera foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal anteontem.
Ao final, a CPI concluiu que a Petrobras foi “vítima de um cartel”, mas isentou os políticos de participação no esquema. O deputado Hugo Mota ainda não se pronunciou sobre a denúncia.