Com decisão de Rômulo o placar pelo impeachment na PB agora tem nove deputados que apoiam, um indeciso e dois contra
Em nota, no final desta quarta (dia 13), Rômulo explicou sua decisão. As expectativas recaem agora sobre o deputado Wellington Roberto porque, apesar de seu partido, o PR, vir se mantendo na base da presidente Dilma, ele pessoalmente tem ligações políticas muito estreitas com o deputado Eduardo Cunha, presidente da Câmara, e um dos mais ferrenhos adversários do Planalto.
A decisão do PSD e, especialmente, de Rômulo vem uma semana depois do prefeito Luciano Cartaxo ter assumido sua posição contra o impeachment, o que estabelece certa divisão interna no partido, aqui na Paraíba.
BANCADA DA PARAÍBA
A favor do impeachment (nove): Aguinaldo Ribeiro (PP), Benjamim Maranhão (SD), Efraim Morais (Dem), Hugo Mota (PMDB), Manuel Júnior (PMDB), Pedro Cunha Lima (PSDB), Rômulo Gouveia (PSD), Veneziano (PMDB) e Wilson Filho (PTB).
Indecisos (um): Wellington Roberto (PR).
Contra (dois): Damião Feliciano (PDT) e Luiz Couto (PT).
Confira nota de Rômulo anunciando apoio ao impeachment…
“Nos últimos dias o país tem vivido momentos históricos e decisivos para o seu futuro. Este é um momento de decisão, que exige de seus representantes serenidade para poder optar entre um futuro de união ou de novas turbulências.
Minha indecisão até agora se deve porque não poderia se posicionar sobre o processo de impeachment sem antes ouvir: ouvir a comissão formada na Câmara Federal para apurar o tema, ouvir o meu partido, ouvir os prefeitos que me apóiam, ouvir os amigos e, principalmente, ouvir o povo. Dividi minha preocupação com aqueles que me conduziram a esta Casa e a maioria dos prefeitos e amigos ecoaram o que vem das ruas. Após estes dias de observação e sofrimento, não posso deixar sem resposta aqueles que acreditam, acompanham e torcem pelo meu mandato. Por isso, hoje venho antecipar que votarei favorável ao processo de impeachment em andamento nesta Casa.
Fiquei a vontade para tomar esta decisão ao ver meu líder partidário, Rogério Rosso, que presidiu com competência a Comissão do Impeachment, acompanhar a decisão da maioria dos deputados que se debruçaram sobre o processo.
Assim, depois de ouvir amigos, aliados e ver membros do meu partido acompanhar a decisão de impedimento da presidente, entendi que devo fazer o mesmo.
Por lealdade e gratidão, por todas as ações que fez pela Paraíba, como as parcerias para as obras da Lagoa em João Pessoa, o Complexo Aluizio Campos em Campina Grande, novas habitações na Paraíba e obras de infraestrutura executadas no estado pelo Ministério das Cidades, tive a dignidade de procurar meu amigo, presidente partidário e ministro, Gilberto Kassab, para comunicá-lo da minha decisão e espero que ele entenda.
Não posso negar a minha história política. Desde da época em que militei no movimento estudantil, até hoje, sempre lutei pelo avanço da democracia.
Todos sabem que nunca acompanhei as eleições do PT para presidência, sempre estive em meu Estado do lado oposto, mas por questões partidárias dei sustentação a governabilidade desta gestão.
Fui surpreendido nos últimos dias com a nomeação de uma amiga para a Delegacia Regional do Trabalho, mesmo tendo encaminhado, em nome do partido, ao Governo Federal um documento, antes de todo este processo de impeachment, com a decisão de não ocupar espaços na administração. A súbita nomeação aconteceu em um momento estratégico para o governo, mas nunca tratei minhas posições políticas com moeda de troca e este não seria o momento para iniciar esta prática comum para alguns.
Os que acompanham minha atuação política sabem que meu principal objetivo são os interesses da Paraíba e por isso é constante a minha busca por investimentos para o estado. Na companhia de prefeitos, vereadores e secretários, sempre busquei destravar obras e investimentos, apresentando pleitos que os paraibanos precisam. Neste momento, é bom esclarecer que a aplicação de recursos da União em ações na Paraíba, seja por liberação de emendas ou por atendimento a pedidos, são medidas republicanas que devem ser executadas como obrigações constitucionais e não como favores pessoais, obedecendo a aplicação dos deveres de cada ente federativo e poderes constituídos.
Espero, que com a aprovação do impeachment neste domingo, o Brasil possa estabelecer um governo de coalizão para que possamos retornar ao crescimento. O país irá precisar da união daqueles que hoje estão nas ruas para fortalecer a nação e assim voltarmos ao crescimento, ao desenvolvimento, ao trabalho e a uma economia sólida.
Acredito na capacidade, equilíbrio e serenidade do vice-presidente Michel Temer para poder garantir ao Brasil o retorno da unidade e crescimento. Com seu conhecimento nacional, sei que Temer terá condições de traçar estratégias para que o mundo volte a acreditar no Brasil e para que os brasileiros voltem a ter dias melhores.
Este impeachment não é promovido por um agente político, mas pelo povo, por isso não poderia ficar na contramão dos que anseiam dias melhores.”