Deputados protagonizam festival de baboseiras em “homenagens” na hora de votar o impeachment
Quem acompanhou deputado a deputado na votação do pedido de impeachment contra a presidente Dilma, no último final de semana, pode testemunhar o nível da maioria dos parlamentares que argumentaram seus votos em homenagem à “minha mãezinha”, “meu pai”, “minha filhinha”, “o prefeito da minha cidade”, “a minha igreja” e até “meu Corinthians”.
Vamos combinar, era esperado mais dos deputados federais. Eles tiveram, naqueles poucos segundos de fama, a possibilidade de externar pelo menos uma mensagem aos brasileiros, justificando o voto, a favor ou contra o impeachment, inclusive pautado no relator de Jovair Arantes (PTB-GO), que assegurou o cometimento de crime de responsabilidade pela presidente Dilma. Criticando tecnicamente ou não.
Paulo Maluf foi a face mais teatral dessas pantomimas. Comparou a presidente Dilma à “Virgem Maria, que foi contratada para ser cozinheira em um ambiente menos honesto.” Ficou difícil saber se elogiou ou depreciou a petista, inclusive por votar pelo impeachment. E Jair Bolsonaro (PSC-RJ) ultrapassou todos os limites ao elogiar um torturador da ditatura militar, o Coronel Brilhante Ustra.
O Brasil não merecia esse festival de baboseiras. Obviamente, houve exceções. Dos dois lados. Mas, o que ficou foi essa manifestação de uma extrema pobreza parlamentar. Por isso, os brasileiros começam a defender eleições gerais já. Para pelo menos tentar mudar a geografia vigente na Câmara Federal.