Na Paraíba é assim: Governo responsabiliza banco por ter sido… assaltado
Há coisas que só acontecem na Paraíba, especialmente no capítulo da violência. Veja o caso do assalto ao Bradesco (da Epitácio Pessoa, em João Pessoa), que incluiu até o refém de funcionários. O Governo do Estado responsabilizou o banco pelo assalto que ele mesmo sofreu. A alegação foi de que a agência não tinha a devida segurança.
Como se segurança não fosse obrigação do Estado. Segurança é um dever constitucional do Estado mas, na Paraíba, dos tempos republicanos, a vítima da violência passa a ser culpada, por não ter tido os cuidados de segurança que são responsabilidade do Estado. Não de se surpreender, afinal uma cartilha deste Governo recomendava às mulheres fazerem careta para evitar… assaltantes.
Nada surpreendente num Estado em que o secretário de Segurança afirmou que a violência crescente era tudo uma questão de ordem… psicológica. Nada surpreendente num Estado em que o governante prometeu acabar (certamente por decreto) com a violência em seis meses. Nada surpreendente num Estado em que o governador prometeu nomear cinco policiais e… nada.
O Estado, sob direção Ricardo Coutinho, não assume suas culpas. A culpa é sempre da vítima.
Por oportuno, convém acrescentar que a posição do Governo, quanto ao assalto ao Bradesco, teve respaldo no Sindicato dos Bancários, que também culpou o banco pela falta de segurança na agência, e por não ter aberto uma CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) no caso, já em que envolveu funcionários como reféns.
O Sindicato chegou a interditar a agência por dois dias (segunda e terça-feira, dia 3), em protesto contra a falta de segurança.
Prisão – Também é imperioso que alguns dos bandidos responsáveis pelo assalto foram presos, graças a uma ação da Polícia que, apesar da precárias condições de trabalho, segue desempenhando suas funções.