Ministro isenta Dilma de envolvimento no escândalo da refinaria de Pasadena
Em meio a todo tsunami dos últimos tempos, a presidente Dilma recebeu algumas notícias que são um pequeno refrigério: O Teori Zavascki (Supremo) não apenas determinou o afastamento do deputado Eduardo Cunha, como isentou a presidente da acusação de envolvimento no escândalo de compra da refinaria de Pasadena, que resultou num prejuízo colossal à Petrobrás.
Zavascki aceitou o pedido da PGR (Procuradoria Geral da República). Dilma constou da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), mas a PGR argumentou que Delcídio não implicou diretamente a presidente, apenas disse acreditar que a compra da refinaria não poderia ter ocorrido sem o seu conhecimento. À época, ela presidia o Conselho de administração da Petrobras.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, argumentou que Dilma não poderia ser investigada por fatos estranhos a seu mandato. Em março, Zavascki já havia rejeitado investigar o caso, também a pedido de Janot, a partir da delação do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa.
Apesar do arquivamento, Janot pediu a abertura de inquérito contra a presidente sob a suspeita de tentativa de obstrução das investigações da Operação Lava Jato, também a partir da delação do senador Delcídio.
A compra – Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por 50% da refinaria de Pasadena (US$ 190 milhões pelos papéis e US$ 170 milhões pelo petróleo que estava em Pasadena). O valor foi muito superior ao pago um ano antes pela empresa belga Astra Oil pela refinaria inteira, que foi de apenas US$ 42,5 milhões.
A aquisição, segundo o Tribunal de Contas da União, teria gerado um prejuízo de aproximadamente US$ 792 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões). Policiais federais mobilizados na 20ª fase da Lava Jato, batizada de Operação Corrosão, estão cotejando informações fornecidas pelo senador Delcídio do Amaral.