Senado precisou de mais de 20 horas para discutir e aprovar impeachment por 55 a 22 votos
O placar talvez tenha sido surpreendente, mas nem o PT esperava mais que o impeachment não fosse aprovado pelo Senado. A oposição precisava de apenas 40 votos, no quórum de 78 senadores, e obteve 55, contra apenas 22 dos governistas. Diante desses números, ficará muito difícil uma reviravolta num cenário de impeachment da presidente Dilma.
A sessão foi iniciada às 10h de ontem (quarta, dia 10). Foram mais de 20 horas para discussão e votação dos senadores. Já passava das 6h30 de hoje, quando o presidente do Senado, Renan Calheiros, finalmente, anunciou a decisão pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff e a consequente convocação do vice Michel Temer, que deverá ocorrer ainda hoje.
Nos próximos dias, a Casa irá iniciar formalmente o processo de julgamento pelo Senado, já sob a presidência do ministro Ricardo Lewandowski, num processo que poderá durar até 180 dias. Se, ao final deste prazo, o julgamento não for concluído, a presidente Dilma retornará.
Mas, ainda haverá uma derradeira votação. Ao final dos trabalhos do julgamento, a presidente Dilma (que a partir da agora estará apenas afastada), somente será cassada em definitivo se, pelo menos, 54 (dois terços) dos 81 senadores confirmarem seu impedimento. Dai porque, para a oposição, o placar de 55 a 22 votos foi emblemático, talvez antecipando a votação final.
Se a oposição não conseguir esses 54 votos necessários no final do julgamento, a presidente voltará ao cargo normalmente.