A UEPB deve ou não ser federalizada como quer o Governo RC?
O recente impasse entre o Governo Ricardo Coutinho e a Universidade Estadual da Paraíba, em torno da quebra da autonomia da Instituição, tem gerado como efeito colateral uma polêmica se a UEPB deve ou não ser federalizada, ou até incorporada pela Universidade Federal de Campina Grande.
Tudo começou, obviamente, depois que o Governo RC decidiu reduzir os repasses do duodécimo e derrubou o princípio da autonomia, implantado pelo Governo Cássio Cunha Lima. A pendenga rendeu um pesado entrevero entre a secretária Aracilba Rocha (Finanças) e a reitora Marlene Alves.
O clima ficou de tal modo azedo, que Aracilba já avisou que não receberá mais a reitora para discutir o assunto. O próprio Governo só tem dialogado com setores pontuais da UEPB. Seria uma forma de enfraquecer o poder de fogo da reitora, a quem acusa de estar fazendo campanha eleitoral com o impasse.
No paralelo, RC aproveitou o entrevero e escalou o deputado Tião Gomes para defender a federalização da UEPB. O deputado foi rebatido pela reitora e as entidades que representam os seus servidores. Mas, o assunto entrou na pauta e certamente irá aumentar a temperatura entre Governo e Universidade.
Representantes da UEPB acusam RC de querer se “livrar” do peso financeiro que representa a Universidade em seu orçamento para a educação. Para os funcionários, a federalização seria um retrocesso em termos salariais. Já o Governo acusa a direção da Instituição de gastar mais do que seria necessário. O caldeirão começa a ferver.
Por isso mesmo, questões técnicas começam a ser levantadas. Quem deve decidir se a UEPB será federalizada ou não? Há quem advogue a realização de um plebiscito estadual, convocado pela Assembleia. Outra questão: a UEPB deveria ser federalizada ou ter os seus cursos e quadro técnico simplesmente absorvidos pela UFCG (ou UFPB?).
Essa é uma discussão candente, que certamente vai mobilizar toda a comunidade acadêmica. O detalhe é que, enquanto se mantém esse clima, quem sai ganhando é o Governo RC, que desvia o foco e segue sua política de corte nos repasses do duodécimo. Como, aliás, tem feito com os demais poderes.