“Vítimas” de maus tratos e humilhação decidem se unir e formar federação contra o governador
A adesão de PSDB e PSC ao projeto de reeleição do prefeito Luciano Cartaxo, nesta terça (dia 26), celebra uma convicção: de tanto maltratar, perseguir e humilhar aliados que contribuíram decisivamente para sua carreira política, o governador Ricardo Coutinho conseguiu unir todos contra ele. Eles decidiram formar uma espécie de federação das vítimas do socialista.
Quatro de suas “vítimas” mais notórias estão nessa frente. Pela ordem. O deputado Manuel Júnior renunciou de disputar a Prefeitura de João Pessoa, em 2004, e terminou como seu vice. Mas, poucos meses depois, o então prefeito RC começou a tratar seu vice, pela ordem, com indiferença, desprezo e, finalmente, perseguição.
Em 2008, a vítima foi todo o PMDB, alijado de sua chapa à reeleição, após indicar o deputado Gervásio Filho como vice. Com a máquina da Prefeitura nas mãos, Ricardo desdenhou do partido, e impôs na chapa Luciano Agra, o mesmo Luciano Agra (foto acima) que ele viria a trair pouco tempo depois, na disputa de 2012, ao impor a candidatura de Estelizabel Bezerra.
Em 2010, o ínclito, o preclaro e insigne foi aos Estados Unidos para ter o apoio de Cássio Cunha Lima e derrotar Zé Maranhão. O mesmo Maranhão que apoiou sua eleição e reeleição a prefeito. RC se aproveitou da mágoa de Cássio, que ainda não tinha superado a ferida da cassação, para impor a derrota ao peemedebista.
A partir dai, começou, paulatinamente, a tratar Cássio com a mesma fórmula que usara contra Manuel Júnior: doses crescentes de indiferença, desprezo e, por fim, perseguição. Então, em 2014, detonou Cássio Cunha Lima, sua terceira vítima, e atraiu o apoio do prefeito Luciano Cartaxo, para garantir sua passagem do 1º primeiro turno.
No segundo turno, foi atrás de um conhecido parceiro, que já vitimara antes: o senador Zé Maranhão que, provavelmente ainda magoado com o senador Cássio, ajudou decisivamente para sua reeleição. Porém, poucos meses após a posse, começou a tratar Cartaxo com doses crescentes de indiferença, desprezo e, por fim, perseguição. Para forçar seu rompimento. Luciano Cartaxo foi sua 4ª vítima.
Nos últimos meses, certo de que o PMDB era freguês, começou a tratar o partido com extremo desdém. Lançou candidato em Campina Grande contra Veneziano, e rebaixou o único secretário que o PMDB tinha em seu Governo. Mesmo assim, certo de que todos deveriam se dobrar ao seu desejo, novamente foi atrás do PMDB e esteve a ponto de fechar aliança para a disputa municipal.
Mas, algo deu errado. Resultado: suas vítimas decidiram se unir pela primeira vez. E contra ele. Agora, será o momento de testar se realmente ele terá condições de vencer uma eleição sem o apoio de outras forças políticas.