Médica de Campina que associou zika à microcefalia denuncia à mídia nacional falta de apoio do Governo: “Fizemos até vaquinha virtual”
A medicina deve à médica Adriana Melo, de Campina Grande, o estabelecimento da relação entre o vírus zika e o surgimento de milhares de casos da má formação de cérebros em bebês. Há um ano, o Ministério da Saúde decretava estado de emergência sanitária nacional por conta de uma epidemia de microcefalia no País. E foi graças ao trabalho de Adriana que medidas sanitárias foram tomadas.
Na última sexta (dia 11), Adriana voltou ao noticiário nacional, com reportagem no jornal Extra (https://goo.gl/swTbm6), destacando seu esforço para prosseguir com suas pesquisas, sem contar com qualquer ajuda do Governo do Estado, quando seriam necessários investimentos para a montagem de uma estrutura mínima de atendimento às mães e seus filhos.
Disse: “Um ano depois, recebemos zero de recursos. Uma prefeitura no interior da Paraíba (Campina) tenta nos apoiar. Essas crianças precisam ser atendidas em centros de referência, que concentrem os especialistas de que precisam. Elas não são números. São crianças que convulsionam, que sofrem. A essa altura, já deveríamos ter essa estrutura montada.”
Diz o jornal Extra: “A médica, que atua no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida, em Campina Grande, conseguiu mobilizar uma rede de empresários, que ajudam com doações. A companhia de energia local abriu espaço nas contas de luz para a população colaborar. Em um terreno doado, ela e sua equipe lançam, na próxima terça-feira (dia 15), a pedra fundamental do prédio em que a médica sonha montar um centro de assistência e pesquisa.”
E mais: “Fazemos vaquinha virtual, campanhas, tenho passado o chapéu para garantir o atendimento dessas crianças. Em parceria com os bombeiros, fazemos oficinas para as mães aprenderem como lidar com os engasgos dos bebês, ensinando manobras de primeiros socorros. Precisamos treinar os profissionais da rede básica e das emergências. Hoje, quando uma de nossas crianças vai para uma emergência, uma pessoa da minha equipe vai até ela para dar um suporte.”