E, afinal, a nota da Paraíba será elevada mesmo com descontrole das contas depois da audiência de RC com Temer?
O governador Ricardo Coutinho manteve seu costumeiro figurino. Após a polêmica audiência com o presidente Temer, usou a mídia para arrotar bravura, bem ao estilo do Galo de Chantecler, para quem o sol só nascia porque ele cantava. Praticamente disse que enquadrou o presidente, para atender aos seus pleitos.
Teria dito a Temer que, apesar de estar ali, seguia mantendo seu pensamento crítico em relação a seu Governo. Mesmo assim, assumiu que o encontro foi positivo, em que pese não ter resolvido a questão principal relativa ao rebaixamento da nota da Paraíba pelo Ministério da Fazenda. Mas, pediu. Temer, alertado de quem se tratava, se mostrou convenientemente elegante em ouvir.
E RC revelou ter voltado contente após reivindicar mais recursos da chamada repatriação de dólares. Aparentemente não foi informado de que, ao longo do dia, o Palácio do Planalto recorreu junto ao Supremo Tribunal Federal, através da Advocacia Geral da União, contra o aumento dos repasses para os Estados, como quer o governador.
Finalmente, o governador imagina ter sensibilizado o presidente, ao afirmar, segundo suas palavras, “que um Estado que está pagando em dia, e mantendo o ritmo de obras e serviços não pode ser penalizado, enquanto que há outros Estados que têm nota B e não se paga sequer os salários dos servidores em dia, então não é justo”.
E voltou considerando o encontro uma vitória. Talvez muito mais por ter barrado a bancada federal (à exceção do senador Raimundo Lira) de participar da audiência com Temer. É possível que não tenha avaliado bem como a moeda mais forte em Brasília é voto no Congresso. E, neste particular, sua bancada é amplamente minoritária, quando comparada aos parlamentares de oposição, que vem hostilizando.