A política brasileira e os gorilas de 800 libras
O Blog reproduz comentário do escritor e ex-diplomata, Palmari Lucena, a propósito do despropósito da política no País, que produz gorilas de 800 libras em série. A expressão, conforme a tradição americana, traduz uma pessoa “de índole dominadora, perigosa ou ameaçadora”, tipo, por exemplo, Donald Trump (nos EUA), ou Renan Calheiros (no Brasil).
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“Gorila de 800 libras
Descrevendo uma pessoa ou instituição como um gorila de 800 libras, quase 360 quilos, expressão do Inglês Americano para caracterizar algo ou alguém de índole dominadora, perigosa ou ameaçadora, originária de uma adivinhação: onde um gorila de 800 libras dorme? A resposta é clara: em qualquer lugar que ele queira!
A expressão migrou para o mundo político sendo recentemente associada ao presidente-eleito Donald Trump. Poderia ser usada também no Brasil, temos uma superpopulação da espécie, Brasília transformada no equivalente moral das montanhas de Ruanda.
Durante a Ditadura Militar chamávamos os militares de gorilas, cognome sintetizando os temores associados com a truculência, arbitrariedade e violência dos opressores do nosso povo. Uma elite política eleita democraticamente nos governa agora.
As revelações da Operação Lava Jato, sugerem como um todo, que uma parte significativa das relações entre representantes eleitos e as instituições brasileiras, seja ela pública ou privada, são mutuamente corruptas ou corruptoras. Conflito de interesses, ações legislativas mascarando obstruções à justiça e obtenção de patrimônio ilícito, sustentando a governabilidade precária da nossa democracia.
Resquícios da tutela social difusa do Estado Novo, camuflados como parte do nosso Novo Estado Democrático de Direito, ananicando a capacidade da sociedade civil de organizar-se e demandar prestação de contas e cumprimento de promessas de campanhas eleitorais.
Clientelismo, apadrinhamento e patrimonialismo subvertendo o processo eleitoral, privilegiando políticos financiados pela corrupção, empoderados para sentar onde bem quiser. Renan Calheiros, objeto de uma dúzia de investigações no Supremo, já está articulando sua permanência na liderança do Senado como Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, mais um gargalo para proteger seus interesses pessoais e intimidar seus críticos.
Perguntamos então: quando teremos um Natal sem sermos presenteados com gorilas de 800 libras?”
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