Campos lava as mãos e entrega Agra de bandeja a Ricardo
Durou muito pouco o sonho do prefeito Luciano Agra de retornar à disputa pela reeleição com aval do governador Eduardo Campos (PE), presidente nacional do PSB. O prefeito tinha passado a alimentar muitas esperanças depois de um encontro com Campos em Gravatá, quando entregou uma carta.
Então, ao deixar vazar a carta reivindicando o apoio de Campos para detonar a candidatura de Estelizabel e viabilizar a sua própria, Agra estava certo que teria aval para voltar a ser o candidato. Seu argumento estava ancorado em pesquisas de consumo interno, que o colocariam em melhor posição para a disputa.
Aliás, até chegou aos paraibanos que, durante o encontro em Gravatá, Campos teria telefonado para seu colega o governador Ricardo Coutinho, a quem teria ponderado em favor de Agra. No final, teria inclusive dito: “Será que vamos precisar intervir no diretório de João Pessoa para Luciano ser o candidato?”
Mas, a versão desse diálogo e o sonho de Agra não duraram 24 horas. No final da tarde, Campos revelou para o portal wscom.com que jamais iria intervir no diretório em favor de Agra, reafirmando que as decisões do partido cabem ao governador RC, que tem o completo comando da legenda no Estado.
Foi talvez o recado que Agra não gostaria de ter ouvido. Porque, a julgar pelo que disse Eduardo Campos, o prefeito das idas e vindas deu com os burros n’água pela terceira vez. É a desmoralização de seu sonho. Afinal, a malfadada carta surgiu como uma alforria que pretendia ter para se libertar do jugo de Ricardo Coutinho.
E ainda desencadeou um efeito colateral desagradável. O PSB realiza, na noite desta quinta (dia 31) uma plenária com a presença do vice-presidente Roberto Amaral e do próprio governador RC, para fechar duas questões: passar uma borracha na carta de Agra e antecipar a convenção pró Estelizabel Bezerra para 10 de junho.
Agra também é esperado na plenária desta quinta. E é bem possível que vá mesmo e, pela terceira vez, encoste sua cabeça no ombro do governador e chore, como fez em vezes anteriores, quando tentou voltar a ser candidato à reeleição e foi impedido pelo velho companheiro. Não seria de se surpreender.
Ou então, vendo que não tem mais alternativa ao seu projeto de disputar a Prefeitura e desmoralizado com o PSB batendo a porta na sua cara, talvez tome a decisão de deixar o partido, para se filiar a uma outra legenda, onde possa apoiar um candidato de sua preferência. Já que em Estelizabel, está claro, não votará mais.