PT “elege” dois presidentes, disputa vai parar na Justiça e deputado tacha adversários de “golpistas”
Impressionante o que aconteceu, este sábado (dia 6), com o PT. Por volta das 13 horas, a assessoria do partido divulgou nota, informando a eleição de Jackson Macedo para presidente, com o apoio de “124 delegados presentes no Congresso Estadual”. Jackson foi saudado pelo ex-presidente Charlinton Machado: “ O PT hoje deu uma demonstração de renovação.”
Mas, eis que, por volta das 16h, a assessoria do deputado Anísio Maia divulgava a informação de que, ele, Anísio, e não Jackson Macedo, é que havia sido eleito presidente do PT, “por unanimidade pelos 126 delegados e delegadas presentes ao evento”. Foi saudado pela vice Giucélia Figueiredo: “Com Anísio na presidência, o PT se reencontra com sua própria história.”
Então, Anísio deu o tom: “Na chapa da antiga direção estão presentes um funcionário do PRB e um ex-cargo de confiança do prefeito de Campina Grande, do PSDB. Isto é inaceitável em um partido como o PT. Não haverá nenhuma unidade ou conciliação com aqueles que foram os responsáveis pelas grandes derrotas que o PT sofreu recebeu recentemente.”
Golpistas no PT – Emendou Anísio: “Lutamos contra um golpe lá fora e agora temos que enfrentar golpistas dentro do PT também. Mesmo sabendo que não poderiam descumprir uma decisão judicial, a atual direção, em um ato desespero, realizou um congresso paralelo. Que nome damos a isto senão tentativa de golpe? Este é o mesmo grupo que, desde o mensalão, colocou o PT em todos os escândalos. Parece que não aprenderam nada.”
Àquela altura do campeonato, o caso já tinha ido parar na Justiça, e o juiz Keops Vasconcelos (15ª Vara Cível de João Pessoa), acionado pelos os deputados Luiz Couto e Frei Anastácio decidiu anular a eleição de Jackson e declarar Anísio presidente, em vez de Jackson, por conta da recontagem dos delegados.
Delegados – A questão central foi o descredenciamento de doze delegados de oposição pela antiga direção do partido, com base no processo de eleição direta realizado em abril. Naquela votação, a oposição teria, pelo que entendeu o juiz, direito a 120 delegados, por ter obtido 3.197 votos de um total de 6.647.
Mas, pelo descredenciamento da votação de alguns municípios, a contagem caiu para 2.597 votos, de um total geral de 5.863, considerando os que foram anulados. Assim, pelo entendimento da direção estadual, o número de delegados da oposição também diminuiu.