Problema do PT é de DNA e de fantasmas
Foi intrigante a quebra no número de filiados aptos a votar no PT em João Pessoa. No início da semana, o presidente Antônio Barbosa sinalizava para cerca de 6,2 mil filiados. Um colégio eleitoral e tanto. Nesse interregno, houve as escaramuças com troca de sopapos entre alguns petistas e, então, eis que a lista… murchou! Terá sido o efeito pancada?
Murchou para 4.660, e ainda pode cair. Afinal, pra onde foram os quase 1,5 mil filiados? Seriam fantasmas? Incrível como o PT da Paraíba segue a sua sina de operar no fio da navalha, entre a disputa política e o noticiário policial. O partido já experimentou de tudo no Estado, desde falsificação de assinaturas e atas, até troca de tapas e boletins de ocorrência.
É claro que a próxima disputa do PT, com round marcado para o dia 18, não encerrará a pendenga interna do partido. Dificilmente a facção vencedora terá larga margem sobre a derrotada. O resultado apertado, com acusações de parte a parte, certamente manterá acesa a chama da discórdia, e então haverá dissidentes, troca de farpas, como sempre.
Por uma razão muito simples. O PT da Paraíba jamais teve seu próprio DNA. Sempre tomou emprestado de outros. Hoje, uma ala que se esconde sob um DNA girassol, por traz do pano vermelho. A outra, claro, tem DNA de oposição, parte da qual já foi maranhista. Qualquer exame de paternidade gera dubiedade. Na dúvida, os irmãos de pais diferentes brigam.
Claro que não é uma briga por amor, como se esperaria de irmãos siameses. É uma briga por interesses. Especialmente porque o prêmio sempre é mais espaços remunerados num governo ou noutro. Um brinquedinho que vicia e tornou o partido na Paraíba um dos mais ávidos por cargos no Brasil de Lula. E nada indica que vai mudar na próxima disputa.