Governador perde a guerra da comunicação com a terceirização, toma vaias e se vale de bravatas
As várias manifestações de sindicalistas, estudantes e lideranças políticas revelam como o governador Ricardo Coutinho perdeu a guerra da comunicação sobre a terceirização da Educação. A sociedade, claramente, repudiou a sua fúria privatista. E a demonstração mais cabal é que ele e seu “projeto” têm sido vaiado onde tem sido anunciado.
Na última sexta, durante o comício pelas Diretas Já, integrantes do PT Nacional presenciaram as vaias ao governador, quando usou o microfone. E foram muitas. E também viram os estudantes sendo agredidos por comissionados de seu Governo. No sábado, a ex-presidente Dilma presenciou as vaias à secretária Cida Ramos (Desenvolvimento Humano), em evento na UFPB, logo que ela se apresentou como representante do governador.
Nos dois momentos, o mote foi a terceirização da Educação. Na sexta, à falta de um argumento, partiram para a violência. No sábado, o evento foi interrompido pelas vaias, e só retomado graças à intervenção da organização. Cida, claro, não teve nada a ver com o episódio. As vaias não foram a ela, mas ao governador e ao seu projeto de terceirização.
Até as mais recentes declarações do governador, algumas em tom alterado, confirmam como o desgaste é muito acima do esperado, e provocou estragos em sua excelência. Nesta segunda (dia 24), ele chegou a dizer que seus opositores (a maioria da sociedade?) deveriam aprender sobre terceirização e privatização. Quer dizer que o governador, agora, quer dar aula de privatização aos paraibanos?
Noutro momento, usou de sua conhecida bravata, para dizer que renunciará ao mandato (Damião Feliciano certamente iria adorar), se for provada que haverá terceirização da Educação. E o que seria o leilão realizado no último dia 18? Quem irá gerir as 652 escolas das rede pública estadual? Pelos termos do edital serão as OS (Organizações Sociais), ou seja, a iniciativa privada.
Conforme estudo preliminar do conselheiro Fernando Catão, do Tribunal de Contas do Estado, haverá uma terceirização de mais de R$ 30 milhões dos cofres do Estado, numa transfusão para as veias das OSs. E isso não é terceirização? O fato é que, em final de mandato, com o prestígio em declínio, a fanfarronice do governador, que fez algum momento surtiu certo efeito quanto tinha plenos poderes, talvez não funcione mais.
E a verdade é que perdeu a guerra da comunicação, perante a opinião pública, com sua fúria privatista, pela terceirização, sim, da Educação na Paraíba. Não bastasse o fechamento de centenas de escolas e o massacre imposto à Universidade Estadual da Paraíba, primeiro ao fulminar sua autonomia, depois com a redução impiedosa dos repasses, que só têm uma explicação: asfixiar e quebrar a UEPB.
E, se não recuar, os estragos à sua ínclita, preclara e insigne imagem poderão ser maiores.
CONFIRA VAIAS A CIDA RAMOS…