Ex-presidente da API denuncia descaso em “atendimento” no Hospital da Unimed
Há alguns meses, o Blog trouxe denúncia de vários usuários da Unimed, contra o atendimento precário em seu hospital. A direção enviou nota desqualificando as denúncias. Bem, agora, viraliza nas redes sociais o desabafo da jornalista Marcela Sitônio, ex-presidente da Associação Paraibana de Imprensa, historiando o descaso como sua filha menor foi tratada no hospital.
“Ao passar a madrugada com minha filha no Hospital da Unimed-JP para nada ser resolvido, cheguei em casa, mirei o olhar no espelho e me senti uma grandessíssima idiota”, relatou Marcela. Relatos como o seu têm sido uma constante. E a pergunta que fica é: não estaria na hora da Unimed começar a tratar melhor seus parceiros? Afinal, plano de saúde deveria dar direito a assistência, não a humilhação.
CONFIRA A ÍNTEGRA DO DESABAFO DE MARCELA…
“SEM VITIMIZAÇÃO, SÓ DESABAFO.
Quando a saúde e a educação viram apenas um negócio, deixamos de ser cidadão (ã)s e passamos a ser mercadoria, com valor orçado de acordo com a condição financeira. Ao passar a madrugada com minha filha no Hospital da #Unimed-JP para nada ser resolvido, cheguei em casa, mirei o olhar no espelho e me senti uma grandessíssima idiota, igual aquele da música “Ouro de Tolo”, do saudoso Raul Seixas.
Desculpem o desabafo longo, mas preciso falar. Do contrário, seremos duas precisando de tratamento médico: Eu e Natália. No último dia 13, ela foi acometida por uma trombose no braço direito. Estava tomando remédio anticoagulante para não correr o risco de ter uma embolia pulmonar. Na noite de ontem, o braço voltou a doer e inchar, corremos para o hospital da Unimed, onde chegamos por volta das 23 horas.
Foi atendida pela médica plantonista, mas precisava do acompanhamento de um Neuro vascular que não fica de plantão, mas, de sobreaviso. Absurdamente, o telefone dele só dava na caixa postal. Mostramos a médica umas requisições de vários tipos de exames de sangue que já tínhamos em mãos e era necessário também um Doppler para avaliar o fluxo sanguíneo no braço.
Pois bem, a médica aconselhou que minha filha ficasse no hospital em observação para fazer os referidos exames porque precisava de oito horas em jejum. As cinco da manhã, o técnico do laboratório apareceu e olhou as requisições. Resultado: só fazia um tipo de exame dos prescritos. Para completar o descaso, a enfermeira avisou que ainda ia se certificar se a médica que chegaria por volta das sete da manhã fazia o Doppler. Enfim, passamos a noite numa urgência de um hospital para NADA ser resolvido.
Fiquei indignada com o descaso, com a incompetência, mas ainda tive momento de reflexão em meio ao caos emocional. Pensei nas pessoas que chegam aos hospitais públicos e ficam a mercê da inércia do sistema de saúde, da má vontade dos profissionais e da incapacidade dos gestores de darem uma resposta às demandas do povo pobre, sofrido e acometido por todos os tipos de mazelas, inclusive, a social.”
NOTA Pelo menos até a manhã desta quinta (dia 27), a Unimed ainda não havia se manifestado publicamente sobre a denúncia.