Sucateamento da segurança nacional, confira com Palmarí de Lucena
É notório o sucateamento do sistema de segurança nacional, aquele que deveria operar no monitoramento das fronteiras do Brasil, numa extensão de mais de 17 mil quilômetros. Mas, um corte de 40% do orçamento das Forças Armadas fez com que operação se extensa por apenas 600 quilômetros, o que é insignificante, considerando que é por essas fronteiras que entram armas e drogas no País. Confira mais detalhes com o escritor Palmarí de Lucena.
“Sucateamento da segurança nacional
Quando falamos em território brasileiro, falamos de um país de dimensões continentais, com 23.102 quilômetros de fronteiras sendo 15.735 terrestres e 7.367 km marítimas. Somos vizinhos de quase todos os países do continente. Compartilhamos uma miríade de problemas, desde o controle migratório ao combate ao tráfico transnacional de drogas. Contrabando de armas pesadas prosperando nas nossas fronteiras porosas fomentam o terror e insegurança nos nossos centros urbanos.
Rios, florestas e uma extensa costa abrigam uma imensidão de riquezas e ofuscam uma enormidade de perigos. Práticas predatórias de exploração de recursos naturais, ilegalmente e muitas vezes legalmente, põem em cheque possibilidades de desenvolvimento sustentável, respeitando áreas indígenas e protegendo o meio ambiente, despertares grosseiros do sonho quase eterno em berço esplêndido.
Para proteger nossas fronteiras e dar apoio às operações de interdição e inteligência contra a entrada ilegal de armas, drogas, contrabando e pilhagem de recursos naturais, foi criado um Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) em 2012. Devido ao contingenciamento de 40% dos recursos das Forças Armadas, somente 600 quilômetros de uma faixa de 17 mil quilômetros de fronteiras foram integrados ao projeto, cuja conclusão foi adiada para 2040. Escassez de recursos augura negativamente aos esforços e consequências da falta de vigilância nas fronteiras e a concomitante proliferação do tráfico de drogas e armas nas nossas áreas urbanas.
Fontes militares afirmam que um dia de operações de um batalhão do Exército no Rio de Janeiro, por exemplo, custa R$ 1 milhão. Cortar recursos do Sisfron para financiar gastos em deslocamentos de tropas federais não ajudam na mitigação da violência urbana de uma maneira sustentável e eficaz. Policiais bem preparados e motivados, dotados de equipamentos adequados e apoiados pela sociedade, são a única força capaz de forjar uma convivência cívica e pacifica nas comunidades do nosso pais.”