Scocuglia dá silêncio com resposta à escandalosa denúncia de Gilvan Freire
O Blog tentou ouvir o ex-secretário Afonso Scocuglia (Educação), em face da grave denúncia do ex-deputado Gilvan Freire, em que é acusado de desvio de recursos na compra suspeita de livros e kits escolares. Gilvan chega, inclusive, a tachar Scocuglia de “gabiru transvestido de educador”, “rato cotó” e “professor de gatunagem”. Segundo o ex-deputado, Scocuglia teria pilotado um esquema de propinagem atingindo “a fantástica quantia de R$ 24.051.344,22”.
Nada poderia ser mais grave. É um escândalo tamanho família, caso os elementos levantados por Gilvan sejam verdadeiros e, pelo visto, são, uma vez que, até o momento, o ex-secretário ainda não se manifestou para negar ou reparar. É oportuno lembrar que, no dia 21 de maio, o Blog trouxe a denúncia enviada por servidor da Secretaria de Educação, indicando um escandaloso superfaturamento na compra de kits escolares, adquiridos pelo Governo Ricardo Coutinho
A denúncia mostrava que, enquanto o Governo RC adquiriu, via Secretaria de Educação, por R$ 123, a unidade, o Governo de São Paulo (Geraldo Alckimin) comprou material similar por… apenas R$ 16,82. Após a denúncia, o ex-secretário acionou o Blog para negar superfaturamento, afirmando que, além das muitas diferenças (não constatadas pelo Blog), o Governo paulista havia adquirido 4.5 milhões de kits, enquanto a Paraíba, apenas 200 mil.
Confira a denúncia do ex-deputado Gilvan Freire, sob o título “O notável professor da gatunagem”:
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O NOME DO RATO É SCOCUGLIA
Era ainda dezembro de 2011 quando a Controladoria Geral do Estado, atordoada, verificou que o segundo secretário de Educação da Paraíba em poucos meses de governo, recrutado como o primeiro dos quadros da UFPB, gastava montanhosas verbas de sua pasta como um bodegueiro que é dono absoluto de sua gaveta. Já estava um pouco tarde para evitar a consumação do delito que faria sangrar do gavetário do titular da pasta a fantástica quantia de R$ 24.051.344,22. Isso mesmo: 24 milhões e pouco de reais, suficiente para comprar 1000 carros populares. Mas ainda que fosse tarde (grande fração do dinheiro estava ainda em fase de liberação), o Controle Interno mandou o secretário bloquear. O homem desobedeceu e liberou a fábula. O governador o demitiria mais tarde, mas o nomeava Assessor Especial, não antes de obrigá-lo a fazer pelo menos uma Sindicância para amenizar o possível escândalo. Afinal, esse homem saberia muito para receber um prêmio depois de praticar um roubo tão grande.
Pois bem, o governo, generoso e complacente com os vadios, já constatou, amaciando um pouco, que o superfaturamento foi de 40% com relação aos preços coletados em João Pessoa, o que deve representar mais de 100% se a coleta for feita junto aos fabricantes dos produtos entregues (?). Pior, oficialmente está constatado que os produtos nem de longe correspondiam em qualidade, especificações e quantidade aos que foram adquiridos. E ninguém se atrevia a dar recebimento desses materiais nas regiões de ensino, simplesmente porque eles teriam supostamente chegado aos destinos à noite, de madrugada, nos sábados e domingos. 13 regiões de ensino do Estado já passaram atestado de como se deu o latrocínio (sim, porque assaltaram a mais de 1 milhão de alunos e mataram as sua esperanças num país sério).
Mas isso pode ser fichinha, pois esse gabiru travestido de educador mexeu com R$ 72.000.000,00 (setenta e dois milhões de reais) de verbas públicas e vários negócios milionários escusos. Está rico. Pobres são os alunos e a Paraíba.
Aguardem. Vou contar detalhes. Mas, ‘para não dizer que não falei de flores’, anotem o nome do rato cotó que foi colhido pela ratoeira e deixou o rabo preso: Scocuglia – Afonso Celso Caldeira Scocuglia. Nessa caldeira estamos todos queimados. Talvez ele também.
Mas, porque ele se atreveu tanto?”