A volta do debate sobre o porte de armas, confira com Palmarí de Lucena
Em seu novo comentário, o escritor Palmarí de Lucena aborda a questão do porte de armas, que voltou à pauta do dia, puxada por líderes extremistas, após a vitória recente de Donald Trump e os mais recentes episódios, como o massacre em Las Vegas (EUA). Confira a íntegra de seu artido.
“Politização do porte de arma
Extremistas promovendo tendências racistas, nacionalismo xenofóbico e resistência armada, palavras de ordem de um segmento da população branca sentindo-se ameaçada pelo multiculturalismo, políticas de inclusão social e a remoção do espaço público da bandeira e símbolos da rebeldia dos estados escravagistas da Confederação Americana. Fortalecidos por sentimentos de persecução arbitrária e ira contra o Governo Federal, defendem o direito irrestrito ao porte de arma baseados em uma questionável interpretação da Segunda Emenda da Constituição dos Estados Unidos.
Distritos eleitorais criados pela arquitetura conservadora do Partido Republicano convertendo-se no solo sagrado do casamento profano da Ideologia Confederada com a Segunda Emenda. Vínculo baseado no renascimento da teoria da nulificação, a crença que os estados são os árbitros finais sobre o que é ou não é constitucional, dando assim aos Estados o direito de desobedecer qualquer lei federal.
O direito à nulificação foi repudiado pela Guerra Civil e a subsequente ratificação da Quarta Emenda, estipulando a garantia constitucional que a busca e apreensão, incluindo prisão, devem ser de alcance limitado, baseando-se em informações específicas transmitidas ao tribunal emissor por um agente da justiça.
Uma teoria que deveria ter sido enterrada há mais de 150 anos, agora ressuscitada de sua tumba por extremistas do movimento do direito ao porte de armas, fortalecidos por triunfos eleitorais do Partido Republicano nos estados da antiga Confederação, o poder do lobby armamentista e a cumplicidade silenciosa do Presidente Trump.
Um movimento baseado em uma fracassada teoria constitucional enraizada em uma tentativa separatista contaminada pelo racismo, sedição e intepretação equivocada da Constituição Federal é uma tendência perigosa para a democracia. Segundo Mao Tse Tung: “o poder político nasce do cano do fuzil’. Parece ser o credo dos proponentes do direito dos Estados de permitir acesso irrestrito ao porte de arma…”