Mudança de rumo: Raimundo Lira dá sinais de começar a se realinhar com oposições
A impressão reinante na praça é que o senador Raimundo Lira está mudando. O senador, após um longo e incerto namoro com o governador Ricardo Coutinho, estaria manejando o leme para se reintegrar politicamente às oposições, diante da ameaça, inclusive de ficar sem legenda para disputar a reeleição. Seus últimos movimentos sinalizam nessa direção.
E há os sinais. Num curto espaço de tempo, Raimundo Lira esteve com os prefeitos Romero Rodrigues e Luciano Cartaxo, hoje dois dos adversários mais ferrenhos do governador. Mais recentemente, ao votar pelo retorno de Aécio Neves ao Senado, Lira foi atacado por setores do Governo RC, e devolveu no mesmo tom, sinalizando ter acusado o golpe.
Na sequência, o deputado Luiz Couto admitiu, pela primeira vez, que poderá ser candidato ao Senado, na chapa do PSB. E foi aclamado por setores governistas. Ou seja, em tese, uma chapa que já tem outro candidato ao Senado, que é o governador Ricardo Coutinho (apesar de dizer que irá até o final do mandato). Nessa configuração, Lira não teria mais espaço.
Para o público, o senador ainda defende que o PSB seria o parceiro natural do PMDB, uma espécie de plano B, para o caso Zé Maranhão não ser o candidato a governador, mas, no particular, o que transparece é a necessidade de sobrevivência política.
Diante desses elementos, e como resultado do novo desenho, Raimundo Lira já começou a ser mimoseado por setores da oposição, que vinham mantendo uma posição de prudência em relação a ele. O secretário Tovar Correia Lima (Ciência e Tecnologia, Campina Grande), por exemplo, considerado um militante, digamos, puro sangue das oposições, chegou a declarar que Lira deve disputar a reeleição, por seu trabalho em Brasília.
Na verdade, a proximidade de 2018 começa de fato a promover o realinhamento das peças do jogo eleitoral, e Raimundo Lira certamente percebeu que não poderia ficar servindo a dois senhores indefinidamente, e correr o risco de ser esmagado no confronto.