Por que o ex-presidente Lula lidera a disputa pela Presidência em todos os cenários?
Os números da última pesquisa Datafolha impressionaram (a alguns) por apresentar o ex-presidente Lula isolado na liderança para a disputa à Presidência da República. E para muitos é incompreensível que, apesar de todo o desgaste, inclusive com uma condenação do juiz Sérgio Moro, o petista ainda esteja com uma intenção de votos tão expressiva.
E é fácil entender. Primeiro, há um recall imenso, especialmente entre as pessoas mais pobres, dos programas sociais de seu Governo, além do crédito fácil que levou muita gente a, não apenas ter sua casa própria, mas também eletrodomésticos antes impensáveis e mesmo um automóvel, até dois em alguns casos. Então, a bonança tem um apelo fenomenal.
Depois, o cenário favorece. O Governo Temer experimenta, ainda segundo as últimas pesquisas, uma desaprovação recorde de mais de 70%, superior aos derradeiros dias do Governo Dilma. E Temer, na condição de contraponto de Lula e Dilma, termina por turbinar o apoio ao petista pelo sentimento anti-Temer. E, vamos combinar, Temer ajuda muito.
Finalmente, a superexposição de Lula, mesmo em fatos desfavoráveis como os processos que vem respondendo, termina por gerar um efeito contrário. É natural.
Dados – Conforme o Datafolha, sendo candidato, Lula oscila sempre na liderança em torno de 34% (até 37%), em vários cenários, enfrentando adversários como Jair Bolsonaro (em torno de 17%), Marina (9%), Alkmin (8%), Ciro Gomes (6%), até mesmo Joaquim Barbosa (6%), Temer (1%) e Henrique Meirelles (1%). Num cenário de 39% de desaprovação ao petista.
Num eventual segundo turno, o petista, a preço de hoje, bateria todos como Bolsonaro (por 51% a 33%), Alkmin (52% a 30%), Marina (48% a 35%) e Ciro (35% a 33%). Foram ouvidas 2.765 pessoas em 192 cidades do País, entre os dias 29 e 30 de novembro.