No banco dos réus: eleições 2018 serão um plebiscito em relação ao Governo RC
A esta altura do campeonato, não há dúvida que as eleições de outubro serão marcadamente plebiscitárias. Ou seja, um plebiscito entre o atual modelo administrativo do governador Ricardo Coutinho, que estará no banco dos réus para avaliação, e a oposição ao seu Governo. O eleitor será chamado a decidir se aprova a atual gestão, ou se prefere apostar numa nova administração.
Até onde a vista alcança, para turbinar seu candidato, o governador vai apostar em mostrar suas obras. E seu carro-chefe deverão ser as estradas. Tentará convencer o eleitor de que, mesmo tendo recebido os projetos e os recursos de governos anteriores, foi capaz de construir uma malha viária no Estado. Em que pese várias dessas estradas já terem se desmanchado num esquisito efeito sonrisal.
De outro lado, a oposição terá números e uma realidade desfavorável (ao governador) em áreas como Segurança Pública, Saúde, Educação e Economia. A começar pela Segurança. Ninguém em sã consciência pode estar feliz com o “desempenho” do Governo nesse quesito. Homicídios, assaltos a cidadãos, explosões de bancos, baixo efetivo policial, terceirização de policiais, os mais baixos salários do País. Vai por ai. É praticamente indefensável.
No quesito Educação, temos um cenário que aponta, de um lado, para o fechamento de mais de 300 escolas estaduais e, de outro, com a terceirização de mais de 560 unidades. Ora, o fechamento de escolas desestimula os alunos a continuarem estudando. Via de regra terão de se deslocar muito mais para ter acesso a uma escola, e muitos desistem. A terceirização das unidades é um atestado de incompetência de quem não soube gerir pela via pública.
No quesito Saúde, outra realidade insalubre para o Governo. O quadro é caótico em diversas unidades estaduais. O exemplo mais sintomático de que algo está errado é o Hospital de Trauma, que foi terceirizado para a Cruz Vermelha gaúcha. Ora, quando Zé Maranhão deixou o Governo em dezembro de 2010, o Trauma tinha um orçamento mensal de R$ 4 milhões. Sete anos depois, está em R$ 12 milhões. Três vezes mais gastos, sem que o atendimento tenha ficado três vezes melhor. Como se sabe bem.
Na área econômica, a Paraíba se tornou, em tempos republicanos, o Estado onde, proporcionalmente, mais se aumentaram os impostos. O governador, com o beneplácito da Assembleia submissa aprovou a majoração de praticamente todos tributos estaduais. Afora tarifas, como as da Cagepa, que subiram cerca de 100% em sete anos, contra uma inflação de menos de 45% no período. Ou seja, o arrocho imposto a cidadãos e empresas foi impiedoso.
Sem falar no congelamento de salários do funcionalismo e perseguição gratuita a algumas categorias como do pessoal do antigo Ipep e Sindifisco, relação de autoritarismo com o Ministério Público, Tribunal de Justiça e Defensoria Pública, e até a UEPB, impondo reduções arbitrárias de repasses do duodécimo. Esse é o cenário sombrio (para o candidato do Governo), que aponta para um debate desigual.