O JOGO DE RC Apoia a candidatura de João mas indiretamente estimula Maranhão pra forçar um 2º turno
Esses primeiros dias do ano trazem uma indagação no mínimo curiosa em relação ao governador Ricardo Coutinho: por que será que, mesmo tendo um candidato pré-lançado, no caso (até o momento) o secretário João Azevedo (infraestrutura), aliados do governador insistem em acenar com a candidatura do senador Zé Maranhão? E seus aliados, como se sabe, subalternos, jamais agiriam sem o seu aval.
Está claro, a esta altura do campeonato, que o governador não tem como trocar a candidatura de Azevedo pela de Maranhão. RC não vota em Maranhão. Seria uma traição ao secretário e uma demonstração de extrema fragilidade política. Nesse cenário, se pretende preterir João, a alternativa mais lógica seria apoiar a vice-governadora Lígia Feliciano, uma candidata, por assim dizer, mais natural.
Então, o governador estimula, através de aliados, a candidatura de Maranhão, porque, em sua estratégia, ter três candidatos ao Governo traria uma chance de haver segundo turno. E, numa prorrogação, especula o governador, haveria mais chances de derrotar os adversários. A preço de hoje, há três candidatos no páreo: o prefeito Luciano Cartaxo, Maranhão e Azevedo. E RC, como se sabe, elegeu Cartaxo seu adversário preferencial.
Então, a estratégia é elementar: de um lado, disseminar que Luciano não vai deixar a Prefeitura para estimular uma cizânia dentro do PMDB e, de outra, incensar a candidatura de Maranhão, para viabilizar um segundo turno. Essa estratégia é velha conhecida, e funcionou nas eleições de 2014, quando o próprio RC estimulou a candidatura de Vital Filho por debaixo dos panos, forçou o 2º turno e venceu.