E pode o governador afirmar que não vai entregar o Governo a quem ele não quer?
Há poucos dias, uma declaração do governador Ricardo Coutinho impressionou a praça, e leitores acionaram o Blog para externar estranheza diante do que parece ser, meu caro Paiakan, algo realmente inusitado. O governador afirmou, categoricamente, que não iria entregar o Governo do Estado a quem não quer ou quem não tem (segundo sua avaliação) capacidade de administrar o Estado.
Vamos reproduzir precisamente o que disse sua excelência: “Eu vou entregar a quem não tem capacidade? Ou a quem pega um monte dinheiro em uma Prefeitura e não consegue produzir nada com recursos próprios? Aonde é que foi parar aquela avalanche de recursos próprios que a Prefeitura tinha até 2011? Poderia ter sido feito muita coisa com esses recursos. Isso foi parar aonde?”
O recado óbvio foi para o prefeito Luciano Cartaxo. Mas, o curioso, meu caro Paiakan, foi o governador declarar que não entrega o comando do Estado a quem ele não quer. O que isso parece sugerir? Que vai dar um golpe e permanecer no Estado, depois de vencido seu prazo no Governo? Suas declarações soaram similares as que proferem ditadores tipo Nicolas Maduro e outros.
Na verdade, o governador, diante do iminente estertor de seu período no poder, reluta em deixar o posto. Quer, pelo visto, continuar mandando no Estado, ainda que seja através de um marionete, via controle remoto, a julgar por suas declarações. É realmente de causar espanto porque, antes, ele precisa combinar com o eleitor, que é quem decide qual será o próximo governador.
A Paraíba não é uma capitania hereditária. Ou uma Coréia do Norte, que o ditador de plantão indica que será o sucessor e o cidadão comum não pode sequer questionar. Pelo menos ainda não. E esperamos que não seja. Deixe o eleitor decidir, governador!