PEDRA NO CAMINHO Damião não se entende com RC e mantém candidatura de Lígia ao Governo: “Ela não vai renunciar”
É cada vez mais apimentado o noticiário indicando o aprofundamento da crise entre o governador Ricardo Coutinho e sua vice, Lígia Feliciano. No limite, há até o registro de uma altercação pesada, por telefone, entre o governador e deputado Damião Feliciano. A disposição do clã Feliciano seria pela candidatura de Lígia ao Governo, independente de Ricardo Coutinho deixar o Governo ou não, em 7 de abril. “Ela não vai renunciar à vice”, repetiu Damião.
Parece a crônica de uma crise anunciada. Os Felicianos têm convicção de que, ao convocar Lígia para ser sua vice, em 2014, quando ninguém mais aceitava o posto, o governador também assinou o compromisso de deixar o Governo em abril de 2018, para que ela assumisse até o final do mandato. Com a resistência de RC em deixar o Governo para Lígia, o clima só tem azedado nos últimos tempos. Há a percepção de que o governador estaria descumprindo o acordo.
Importante não esquecer que, recentemente, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou de forma categórica que Lígia não deixaria o Governo agora em abril e que a decisão do partido seria pela sua candidatura, independentemente da posição do governador. Claro que Lupi não deu essas declarações sem antes consultar Damião. E foi esse golpe que o governador não assimilou.
A estratégia do governador, como se sabe, seria deixar o Governo em 7 de abril junto com Lígia. Várias possibilidades foram oferecidas à vice-governadora, desde um cargo de conselheira no Tribunal de Contas do Estado, até a condição de suplente de senadora. Com o cargo de governador vago, haveria uma eleição indireta pela Assembleia, e RC articularia com os deputados a eleição do secretário João Azevedo…
E, certo de eleger Azevedo como governador também, RC estabeleceria um cenário que seria o melhor dos mundos. Afinal, João seria candidato à reeleição, sentado na máquina, com a caneta nas mãos e, ele (Ricardo) movendo seus cordéis e administrando o Estado indiretamente. Mas, no meio do caminho tinha uma pedra, uma pedra havia no meio do caminho, uma pedra chamada Lígia. Ou Damião, como se queira.
Resumo da ópera: Damião pode dar marcha à ré, porque afinal tudo pode na política, mas, a preço (!!!!) de hoje, a disposição é Lígia permanecer e ser candidata ao Governo.