PT de Campina e João Pessoa se unem contra a aliança com o PPS
Não se faz omelete sem quebrar os ovos. Uma prova é a recente união do PPS de Nonato Bandeira com o prefeito Luciano Agra em torno da candidatura do deputado petista Luciano Cartaxo. A indicação de Nonato para a vice de Cartaxo traz a virtude de agregar toda a capilaridade eleitoral que a Prefeitura de João Pessoa pode mobilizar em torno de sua candidatura.
Mas, também produz efeitos colaterais: a rebelião de setores do PT inconformados com a aliança, considerando que o PPS é um partido de oposição à presidente Dilma Roussef e ao próprio PT. Tudo bem que a nacional do partido já autorizou uma exceção em sua resolução que proibia este tipo de aliança, mas restam os bolsões de resistência no Estado.
Um dos primeiros efeitos foi a decisão dos diretórios municipais de Campina Grande e João Pessoa se unirem (caso impensável, há alguns meses) para iniciar um motim contra a aliança. É possível que não gere qualquer resultado de ordem prática, capaz de comprometer a aliança, mas certamente mobilizará contingentes expressivos do partido contra seus candidatos.
O presidente do PT de João Pessoa, Antônio Barbosa, chegou a provocar: “Será que a direção estadual do PPS vai anunciar alinhamento e apoio ao Governo Dilma? Porque, se isto não ocorrer, não teremos condições de aceitar uma aliança, em que um dos partido tem oposição direta ao projeto da presidenta Dilma. Então, vamos entrar num contencioso. Esse é o problema.”
Já o presidente do PT de Campina Grande, Alexandre Almeida, decidiu convocar um plebiscito da militância contra a aliança celebrada com o PP e PPS. Almeida entende que, se a militância votar contra a aliança, então o tempo do guia eleitoral que o PT agregaria à candidata do PP, deputada Daniela Ribeiro, ficaria prejudicado.
E, no caso específico de João Pessoa, o candidato Luciano Cartaxo perde o que tinha de mais precioso em seu discurso: a isenção para criticar os vários escândalos em que se envolveu o prefeito Luciano Agra, tipo Cuiá, gari milionário, compra superfaturada de produtos, merenda escolar, Aeroclube do Bessa e tantos outros que, inclusive, já ganharam domínio público.
Restará avaliar o custo benefício dessa operação. Claro que o apoio de Agra é importante, pelo que a máquina da Prefeitura representa numa disputa dessa envergadura. Mas, se esse apoio será mais relevante do que a perda do discurso só o curso da campanha dirá. De qualquer forma, Cartaxo não entrará mais na disputa como o novo. Sua candidatura está contaminada pelo que o modelo girassol de administar representa.