ERA SÓ O QUE FALTAVA Governador rebate jornalistas em entrevista e avisa: “Quem pauta perguntas sou eu”
É possível que se possa atribuir a truculência do governador Ricardo Coutinho ao estado emocional em que se encontra, na iminência de perder o poder que exerceu com tanto furor, nos últimos anos. Mas, a verdade é que sua excelência passou dos limites, meu caro Paiakan. O governador está claramente descompensado, apesar de se condicionar a apresentar uma fala mansa…
Mas, não há serenidade em suas falas, eis a verdade. A prova está no seu comportamento furibundo e arbitrário, revelado durante uma entrevista concedida quando da inauguração do Hospital Metropolitano de Santa Rita, nessa quarta (dia 4). O governador peitou os jornalistas presentes, afirmando com um autoritarismo incomum que ele, e somente ele, é quem pauta as perguntas.
Ou seja, os jornalistas não podem fazer perguntas que sua excelência não quer. Na verdade, meu caro Paiakan, essa sua última performance ditatorial não foi surpresa. Sua índole intolerante sempre se revelou em episódios anteriores, mas o que se percebe, com maior nitidez, é como o governador vem subindo o tom, quase numa ameaça, além de ferir de morte da liberdade de expressão da Imprensa.
O governador tenta, na verdade, subverter até as regras do jornalismo. Não fosse a Paraíba estar sob um regime de opressão nunca visto, ou fosse noutro Estado, esse comportamento iracundo seria repudiado, de forma veemente, por OAB, entidades representativas dos profissionais de Comunicação e de Direitos Humanos e por todos que defendem a liberdade de expressão como marco regulatório da democracia.
A Paraíba passa, meu caro Paiakan, uma de suas piores quadras no capítulo da mordaça. E a História irá registrar esse arremedo de ditadura no seu devido momento.
CONFIRA O ÁUDIO DA ENTREVISTA…