A ofensiva pesada e desigual do governador contra Lígia por não aceitar ser marionete
O governador Ricardo Coutinho e seu auxiliares desencadearam, nos últimos dias, um ataque feroz contra a vice-governadora Lígia Feliciano, com requintes do Estado Islâmico. Acusaram Lígia (e também o deputado Damião Feliciano) de ter tentado montar um governo paralelo, nos dias que antecederam o 7 de abril, prazo limite para a desincompatibilização.
Ora, pelo visto, sua excelência ficou magoadinho porque não conseguiu desgarrar do poder, para, em tese disputar uma vaga ao Senado, conforme os próprios aliados andaram alardeando. E atribuiu culpa a Lígia, porque, na sua ótica, se ela assumisse, teria de manter toda a sua equipe e ser apenas uma marionete do governador. Como ela provavelmente não aceitou a submissão humilhante, ele teria decidido ficar.
E, revoltado, então resolveu atacar com a estratégia de tentar passar a imagem de traição para a vice. Traição? Ora, meu caro Paiakan, se havia a possibilidade da vice assumir, qual o problema dela costurar a sua equipe de governo? É assim que funciona em qualquer democracia do mundo, inclusive no Brasil. Mas, pelo visto, inaceitável na Paraíba dos tempos republicanos. Lígia está no paredão.
A ofensiva contra a vice é desigual. A artilharia é pesada. O governador tem um exército de blogs, sites, portais, codificados, afins e assemelhados para atacar e ofender. Lígia tem acesso restrito à mídia. O governador almeja claramente destruir politicamente, não apenas a vice, como seu esposo, o deputado Damião que, a partir de agora, deve correr muito para preservar seu mandato. O governador, raivoso como demonstra estar, não perdoa.