Escalado pelo governador para inviabilizar Cássio, Veneziano terá agora de enfrentar a ira do PT
A artilharia disparada pela direção do PT contra a candidatura a senador do deputado Veneziano Vital do Rego, pelo PSB, na chapa de João Azevedo, já era esperada. Há uma forte resistência da militância petista ao deputado, por ter votado pelo impeachment de Dilma Rousseff, além de aprovar outras matérias que contrariam o ideário do partido. E o presidente do partido, Jackson Macedo, mostrou todas as travas ao novo girassol.
E essa será uma dificuldade que o deputado irá enfrentar ao longo de toda a campanha. Percuciente como é, Veneziano certamente sabia do que iria enfrentar, mas topou a parada, convencido pelo governador Ricardo Coutinho da viabilidade eleitoral de sua candidatura. Só que, naquele momento que aceitou, certamente não avaliou bem a ausência de RC como companheiro de chapa.
Com Ricardo na chapa, também candidato ao Senado, as reações provavelmente seriam abafadas pelo próprio governador. O PT não tem candidato a governador e sabe que não terá outra alternativa, a não ser apoiar o candidato do governador, por seu apoio a Lula. Além do mais, Ricardo seria um importante puxador de votos para a chapa. Sem ele, Veneziano ficou isolado.
E passa a correr sério risco na campanha, pois terá pela frente, de cara, o senador Cássio Cunha Lima que, apesar do desgaste que enfrentou nos últimos anos, ainda mostrar ter mais musculatura para o embate, inclusive a partir de Campina Grande. Na prática, e salvo melhor juízo, Veneziano foi escalado para tirar votos de Cássio, e talvez inviabilizar sua reeleição.
Mas, isso num cenário em que RC seria seu companheiro de chapa. Agora, diante do novo desenho, terá de disputar a segunda vaga, provavelmente contra Manuel Júnior, um adversário osso duro de roer, e com quem tem uma sena acumulada. E ainda terá de se defrontar com a artilharia do PT, que deverá lançar candidato próprio ao Senado, entre Luís Couto e Rodrigo Soares.