A incompetência que nos asfixia, confira com Palmarí de Lucena
Em sua mais recente crônica, o escritor Palmarí de Lucena comenta sobre a incompetência que tem sido uma marca no poder público do País, e lamenta como os “escândalos recentes nos ensinam que gestores incompetentes ou corruptos contribuíram para a situação existente e os perigos confrontando” o Brasil, vítima da vaidade e da mediocridade de seus homens públicos.
Confira a íntegra de seu comentário “A incompetência que nos asfixia”:
“Somos governados por homens envaidecidos de sua mediocridade, capazes de destruir com palavras, gestos e ações momentâneas a mínima possibilidade de justificar nossa preferência eleitoral ou incapazes de sobressaltar-se pela força e a fluorescência do espirito público. São eles os mestres do universo e franqueadores do Erário, ilusionistas da hierarquia da incompetência, que nos oprime e subestima a promessas e a possibilidade de uma democracia plena e participativa.
O Princípio de Peter ou Princípio da Incompetência, a lei epigramática lançada pelo educador canadense Peter J. Johnson em 1969, afirma que existe a tendência de promover funcionários acima do seu nível de competência em burocracias estruturadas, privadas ou governamentais. Profissionais exercendo posições hierárquicas inferiores são promovidos para posições superiores, após demonstrar competência no cargo que estão exercendo. O processo evolutivo continua até atingirem um cargo além de suas capacidades, quando seus atributos profissionais se tornam incompatíveis com o o novo cargo. Um técnico pode revelar-se um péssimo gestor de um projeto, cargo obtido após ser avaliado positivamente na função anterior.
Escândalos recentes nos ensinam que gestores incompetentes ou corruptos contribuíram para a situação existente e os perigos confrontando o país. Por um lado, temos no epicentro do escândalo da Petrobras profissionais cujo nível de competência para a alta administração foram determinados por influências político-partidárias e interesses pessoais. Do outro lado, temos um grupo de políticos sedentos de recursos financeiros, legais ou ilegais, para abonar suas campanhas e assegurar permanência na estrutura do poder, mesmo quando suas competências questionáveis e comportamento antiético são superados pelo oportunismo e incompetência do Poder Executivo. Promovendo políticos medíocres a ministro, realça-se as dificuldades e o desfecho do fisiologismo político, amparado na perpetuação da incompetência que nos asfixia.¨
PS – Apenas 3% dos serviços públicos com participação federal no Brasil funcionam bem e são prestados de forma adequada à população. Outros 58% não possuem condições mínimas de qualidade, e 39% estão em estágio intermediário. Veja mais emhttps://noticias.uol.com.br/