ANTIPATIA JUNINA – PT hostiliza chapa com Veneziano (e Efraim), negocia com PDT e governador cobra fidelidade da Direção Nacional
Já foram melhores as relações entre o PT da Paraíba e o governador Ricardo Coutinho. Nos últimos dias, tem havido uma troca de morteiros pra lá de juninos. Tudo começou quando o partido passou a hostilizar Veneziano Vital do Rego, ameaçando boicotar sua pré-candidatura ao Senado, sob alegação de ser um “golpista”. De quebra, o mesmo vale para Efraim Morais, caso seja confirmado candidato a vice.
O pré-candidato João Azevedo reagiu, afirmando que boicotar Veneziano seria boicotar a chapa do PSB. O clima azedou ainda mais, após o partido abrir entendimentos para compor chapa com a vice-governadora Lígia Feliciano, pré-candidata ao Governo pelo PDT. E piorou, quando o governador Ricardo Coutinho passou a cobrar fidelidade dos petistas.
Por tabela, o governador também disparou com o pré-candidato Zé Maranhão. Durante entrevista nesta segunda (dia 25), o governador afirmou que o PT não deveria reclamar de coerência, porque, em 2010, apoiou a candidatura de Maranhão contra ele e, seis anos depois, o emedebista votou pelo impeachment de Dilma Rousseff, e arrematou, reclamando que só ele (Ricardo) manteve apoio a Lula e Dilma.
O PT devolveu. Coube ao deputado Anísio Maia afirmar que o partido nunca foi bem tratado pelo governador, sempre como um aliado menor e periférico. Então, até onde o Blog pode apurar, o governador decidiu recorrer às instâncias superior do partido, junto à presidente Gleisi Hoffmann, para cobrar reciprocidade, por todo o apoio dado aos ex-presidentes a Lula e Dilma.
A ofensiva do governador junto à Direção Nacional trouxe mais azedume. Os dirigentes do partido no Estado fizeram chegar ao governador que a Direção Estadual, pelo que reza seu estatuto, tem prerrogativa de deliberar as questões locais, e lembrou ainda que o PDT de Lígia sempre manteve lealdade ao partido, e, portanto, pode receber o apoio petista.
O governador, que não leva desaforos pra casa, provocou os petistas locais, afirmando que, no partido, só quem tem voto é o deputado Luís Couto, que é seu aliado incondicional. A faca na bananeira e outras simpatias juninas ainda não revelaram como será o desfecho dessa história. Mas, o certo é que, dificilmente, o partido marchará unido, seja no apoio ao esquema ricardeiro, seja com Lígia.