Deu de tudo na reta final: Cássio na convenção do PSDB, vices inesperados e disputa na Justiça
Deu de tudo no arremate das costuras partidárias deste sábado. Algumas surpresas, como as indicações vespertinas do deputado Gervásio Filho (que não participou da convenção e não confirmou) para vice de José Maranhão, do médico Ítalo Kumamoto compondo com o senador Cícero Lucena e a inesperada indicação de Ronaldo Cunha Lima Filho na chapa de Romero Rodrigues.
Restou também o travo da judicialização do pleito em Campina Grande, depois que a Justiça manteve liminar do juiz Valério Porto, suspendendo a aliança do PT com o PP. Sobrou para o vereador Bira, que foi duramente penalizado por ter apoiado a reeleição do prefeito Luciano Agra. Ficou sem legenda e terá de buscar o direito na Justiça.
Mas, afinal quem saiu realmente ganhando com o desfecho das convenções? Em João Pessoa, pela ordem da última pesquisa Ipespe/Jornal da Paraíba, Maranhão, candidato do PMDB, conseguiu amealhar uma das maiores coligações, mantendo PTB, PR, PMN, PPL e PTC. Além de largar na dianteira das pesquisas, montou ótima retaguarda. Sai na boa.
O senador Cícero Lucena, que vinha tendo dificuldades para fechar um bom arco de alianças, mostrou, no apagar das luzes, que tem fôlego ao atrair o PSC do médico Ítalo Kumamoto. Terá, além do PSDB, o PSC, PTN, PTdoB, PHS, PRTB, PSDC e PSL. Vem em segundo, tecnicamente empatado com Maranhão, e pode surpreender se assumir o anti-Ricardo Coutinho.
O deputado Luciano Cartaxo (Nonato Bandeira) mostrou que não entrou na disputa pela Prefeitura para brincar. Seu partido, o PT conseguiu emplacar uma excelente coligação, dada as circunstâncias, com PP, PPS e PRB. Não pode mais ser desprezado na disputa, especialmente após o apoio do prefeito Luciano Cartaxo. Mas, terá problemas como a divisão do PT.
A ex-secretária Estelizabel Bezerra (Efraim Filho), ancorada no governador Ricardo Coutinho, também conseguiu formatar uma coligação de peso, contando com Dem, PCdoB, PDT, PRP, PSD, PV, PCB, além do PSB, e certamente terá o maior tempo do guia eleitoral. Seu grande cacife é o governador, que terá a missão de tirar sua candidata de um incômodo quarto lugar.
Na sequencia, vêm o PSOL, com a candidatura de Renan Palmeira (Ana Júlia), que se apresenta como alternativa progressista e pode sensibilizar parte do eleitorado, bem como o PSTU de Antônio Radical (Marcelino dos Correios). O PCO, que disputou com Lourdes Sarmento todas as últimas eleições, é uma incógnita.
Campina Grande – Surpresa na reta final com a presença do senador Cássio Cunha Lima na convenção do PSDB, que homologou a candidatura de Romero Rodrigues. A chapa ganhou considerável lastro com o ingresso de Ronaldo Cunha Lima Filho na vice. Terá Dem, PDT, PSB, PV, PRB, PRP, PTN, PSL, PPS e PTdoB. Tornou-se uma das alianças mais fortes. Parte muito bem.
A deputada Daniela Ribeiro conseguiu operar uma boa frente de partidos, a partir do próprio PP, PRTB, PSDC e (talvez) o PT. Está bem nas pesquisas, mas terá uma batalha judicial pela frente para manter Peron Japiassu como seu candidato a vice. Parte na dianteira, e só corre o risco de haver uma polarização entre os grupos Cunha Lima e Vital.
A médica Tatiana Medeiros conseguiu articular a segunda maior composição, com PR (que indicou o vice Bruno Roberto), PHS, PMN, PTC, PPL e PRB. Vai precisar do apoio efetivo do prefeito Veneziano para entrar de vez na disputa contra Daniela e Romero, que estão mais à frente. Como tem crescido em todas as últimas pesquisas, suas chances são consideráveis.
O deputado Guilherme Almeida, do PSC, que entrou praticamente como franco atirador, conseguiu formatar aliança com o PCdoB, que indicou como vice Félix Araújo Neto. Tendo raízes no guarda-chuva do prefeito Veneziano, resta aguardar como será o seu discurso para tentar emparelhas com os demais que estão à sua frente.
Há ainda a candidatura do líder sindical Sizenando Leal (José Nunes), pelo PSOL, que certamente trará o discurso mais agressivo da campanha.