A justa, mais que justa, justíssima homenagem à nossa maior dramaturga
Pode-se afirmar, sem pestanejar, que foi justa, justíssima, a homenagem prestada à escritora e dramaturga Lourdes Ramalho, uma legenda no teatro da Paraíba. Em solenidade na Vila do Artesão, nesta quarta (dia 4), o prefeito Romero Rodrigues e o presidente da Amde (Agência Municipal de Desenvolvimento), Nelson Gomes, condecoraram Lourdes por sua obra marcante.
A Vila do Artesão teve uma de suas paredes grafitadas com o perfil da escritora e também detalhes de sua trajetória na dramaturgia. Obra do artista Thiago Vinicius. Ela também foi homenageada com o Projeto Mãos na Vila (uma releitura da Calçada Fama, de Hollywood), com a réplica das suas mãos na calçada ao lado, e passa a ser eternizada junto a tantos outros nomes importantes da cultura nordestina.
Impossibilitada de comparecer, por conta de problemas de saúda, Lourdes (que tem 98 anos) se fez representar por suas netas Luana e Juliana Ramalho, que agradeceram a honraria: “É um dos mais respeitosos reconhecimentos que nos deixa imensamente felizes. Ela gostaria muito de estar aqui, mas infelizmente não pode. No entanto, agradeceu a todos os responsáveis pela homenagem e nós, em nome dela, nos sentimos extremamente lisonjeados.”
Obra – Natural de Jardim do Seridó (RN), a professora, poeta, dramaturga e pesquisadora se transferiu para Campina Grande em 1958. Na década de 1970, suas peças ganharam repercussão nacional: “Fogo-Fátuo” (1974) recebeu o prêmio de melhor Texto no I Festival Nacional de Arte. “As velhas” (1975) ganhou o primeiro lugar no III Festival de Teatro Amador do Paraná, na cidade de Ponta Grossa. Em 1976, “A feira” foi contemplada, no Festival Regional de Feira de Santana, Bahia, com o prêmio de Melhor Texto.
A partir dos anos 90, ela passou a se dedicar mais à dramaturgia em cordel. Em 1992, “Romance do conquistador” foi escolhido, pela Embaixada da Espanha, para representar o Brasil nos festejos em comemoração aos 500 anos da chegada dos Espanhóis à América.
Lourdes também produziu literatura infantil, em sua maioria publicada no livro “Teatro Infantil – coletânea de textos”, trazendo reminiscências da infância da autora e também de seus filhos. Por fim, ela também publicou poesia, como “Flor do cacto”, além do livro “Raízes ibéricas, mouras e judaicas do Nordeste”, que a consagrou realmente como pesquisadora.