Reitora diz que proposta de federalização da UEPB é “desinformação ou má fé”
A reitora Marlene Alves (UEPB) se manifestou, com exclusividade, ao Blog, ante a defesa que setores do Governo Ricardo Coutinho passaram a fazer, ainda que sutilmente, da federalização da Universidade Estadual da Paraíba: “Só vejo isto como muita desinformação ou má fé mesmo, porque não existe, legalmente, possibilidade de federalização da Universidade.”
Explica a reitora: “Com a Constituição de 1988, só pode haver a contratação de servidores mediante concurso público, então como ficariam os servidores da UEPB se a Universidade fosse federalizada ou absorvida pela UFCG ou UFPB? Ora, todos seriam demitidos e obrigados a fazer concurso público. Essa proposta absurda é apenas pra desviar o foco do descumprimento da Lei de Autonomia.”
Diz Marlene: “Pra se ter uma ideia, a Universidade precisa consultar a Secretaria de Finanças do Estado, para fazer uma despesa simples de R$ 300. Isso, sim, é um absurdo. O Governo descumpre uma Lei, aprovada pela Assembleia, sancionada pelo ex-governador Cássio, não revogada legalmente, então quer desviar o foco, falando em federalização, pra confundir a opinião pública.”
“O que há é desrespeito por uma Universidade que tem 46 anos de uma história de lutas e conquistas, e se tornou uma das melhores do Brasil. Mas, talvez o erro seja não ter sido uma obra do atual Governo”. Marlene, então, faz uma revelação: “Pra se ter uma ideia do tratamento que nos dispensam, a secretária Aracilba Rocha (Finanças) nem sequer fala mais comigo!”
Então, lembra que a redução nos repasses do Governo para a UEPB já produziu um déficit de aproximadamente R$ 120 milhões: “Quando Cássio passou o Governo pra Maranhão, deixou R$ 11milhões em restos a pagar. Maranhão pagou, mas deixou R$ 40 milhões para o Governo de Ricardo que, não apenas não pagou o saldo, como não repassou os R$ 62 milhões que devia repassar.”
Por fim, a reitora admitiu que, em função dessa redução e da quebra do princípio da autonomia, “a nossa Universidade está passando por graves dificuldades como, por exemplo, a impossibilidade de atualizar os salários do corpo funcional, por isto algumas categorias decidiram por uma paralisação”. Marlene, no entanto, confirmou que, “mesmo assim, a UEPB vai contratar mais 240 professores e 290 técnicos aprovados no último concurso, apesar do caos que o Governo que impor na Universidade”.