CRM determina interdição do Hospital de Patos por falta de médicos e superlotação
O CRM (Conselho Regional de Medicina) decidiu interditar eticamente o Hospital Regional de Patos, após identificar a falta de médicos e problemas que inviabilizam o atendimento aos pacientes. Segundo informações passadas ao Blog, os médicos estão se recusando a dobrar seus plantões, porque o Governo do Estado se nega a implantar a isonomia com os colegas de Campina Grande e João Pessoa.
Segundo o Conselho, a interdição ética “acontece quando o CRM impede os médicos de atuarem no hospital e, neste caso, o motivo é a falta de condições mínimas para o exercício da medicina, como falta de médicos na escala de plantão, deficiências na estrutura física e superlotação”. A medida foi tomada com base no resultado de inspeções realizadas pelo Departamento de Fiscalização do CRM.
O CRM explicou ao Blog que a interdição não significa o fechamento do hospital, “afinal só quem pode fechar a unidade é o Governo, mas os “médicos ficarão impedidos de dar expediente no Hospital Regional de Patos até a Secretaria de Saúde proporcionar as condições mínimas para que eles possam dar atendimento de saúde digno e seguro à população”.
Já vem de algum tempo o contencioso entre os médicos e a Secretaria de Saúde. Há meses, o CRM tenta um diálogo com o secretário Waldson de Sousa para suprir a carência de médicos e implantar a isonomia no valor pago pelos plantões extras. Segundo o CRM, “não faz sentido o hospital pagar um valor para um médico de Patos e outro maior para um médico vindo de Campina Grande num mesmo plantão”.
A gota d’água teria sido a iniciativa do Governo contratar médicos no Rio de Janeiro, pagando três vezes mais do que ganham os médicos de Patos, e ainda arcando com passagens e hospedagens. Conforme o CRM, “impressiona que o Governo se disponha a gastar mais com médicos do Rio, que sequer se inscreveram no Conselho, do que pagar o que merecem os profissionais de Patos. Foi uma afronta.”
O Conselho revelou, inclusive, que os médicos que vieram do Rio de Janeiro e não se inscreveram para atuar no Hospital de Patos, “estão sendo processados e deverão responder pelo ilícito”.