PERSEGUIÇÃO 96 policiais são punidos por participaram de manifestação e associação decide acionar Governo na Justiça
Num Estado onde já existe um número reduzido de efetivo policial, eis que o Governo do Estado promoveu, na última sexta (dia 10), punição contra nada menos do que 96 policiais civis, simplesmente por terem participado de uma paralisação comandada pela associação, em que repudiaram o fato de receber o “menor salário do País”. A Aspol decidiu acionar o Governo na Justiça contra o abuso.
Em nota, a associação relata que “integrantes da categoria investigativa (agentes de investigação, escrivães e agentes operacionais) tiveram pena de suspensão por terem participado de uma paralisação encabeçada pela associação, no mês de dezembro de 2017, movimento que seguiu todos os trâmites legais para a sua realização. Todos os servidores também já haviam sido punidos com o desconto de um dia de trabalho em seus contracheques”.
Segundo Suana Melo, presidente da entidade, “há casos de policiais punidos em que há a frequência assinada pelo chefe imediato, confirmando a presença do servidor na unidade policial no referido dia e existem também relatórios produzidos pelos investigadores, o que demonstra sem dúvidas o efetivo trabalho.”
E ainda: “A associação seguiu todos os trâmites legais para o ato de manifestação em favor do direito dos policiais civis. E a prova de que o próprio Governo do Estado reconheceu a validade do movimento está no fato de que, meses depois, foram distribuídos mil coletes balísticos que há anos eram reivindicados. Agora, vamos tomar todas as medidas jurídicas para que esses atos sejam desfeitos.”
A líder da Aspol ainda relatou que no dia da manifestação, vários policiais civis permaneceram em frente às sedes da Polícia Civil em João Pessoa, Campina Grande e Patos, atendendo a situações emergenciais. O protesto aconteceu para chamar atenção à falta de requisitos básicos de trabalho, como coletes balísticos, armamentos defeituosos e ainda para o pior salário do Brasil, que é o da Paraíba.
Para Suana, “esse conjunto de fatos parece nos demonstrar uma falta de critérios objetivos para punição de policiais em nosso Estado”.