Adeus, meu pai
Não há como se ter a ideia do que é uma perda tão dolorosa, enquanto não se passar por uma.
Não era apenas o meu pai. Aquele que me ensinou desde cedo o caminho dos afetos.
A meu pai devo muito mais. Devo a minha referência moral. Princípios como honestidade, retidão e integridade, que não se encontram em lojas de conveniências. Ferramentas de tão difícil adoção e, hoje, tão obsoletas para enfrentar um mundo marcado pela desintegração dos valores morais, reconheço.
Mas, o importante foi ele ter me ensinado que, mesmo em meio ao caos moral, às perseguições e todas as incompreensões, ainda vale a pena manter, sobretudo, a condição humana.
Se, com a sua ida, ele levou tanto de mim, também deixou comigo o seu inestimável legado, e é isso que, neste momento, me conforta. Adeus, meu pai.