Brasil, a república do Godzilla tributário, confira com Palmarí de Lucena
O monstro da péssima qualidade no serviço público, associado às práticas de desvio de recursos, respondem por uma considerável derrama dos recursos do contribuinte, que já arca com uma carga tributária gigantesca de aproximadamente 30 % do PIB do País. Um inferno fiscal que representa “um fardo tributário excedendo o padrão médio de cerca de 20% dos países em desenvolvimento”. Esse o mote da nova crônica do escritor Palmarí de Lucena “A República de Godzilla”:
Devorando um terço da produção interna do país, regurgitando uma mistura pouco atraente de serviços de péssima qualidade, a voracidade desleixada do Estado Brasileiro é tão avassaladora como o temido monstro Godzilla. Arrecadando demais, muitas vezes injustamente, todos níveis do governo gastam excessivamente com notória ineficiência, gerando uma carga tributária equivalente a 33% do PIB. Fardo tributário excedendo o padrão médio de cerca de 20% dos países em desenvolvimento, nutrindo um inferno fiscal vulnerável aos encantos dos paraísos fiscais.
O país deve realizar a arrumação das contas públicas através do controle e boa gestão das despesas, já que a tributação além de excessiva é um tópico da alta toxidade política. Será necessário contrair mais divida para financiar o funcionamento normal do governo, se o gasto público continuar crescendo desenfreadamente, estorvando o retorno ao crescimento. Burocracia excessiva, instituições disfuncionais e uma infraestrutura precária, são outros fatores contribuindo para a baixa eficiência brasileira.
Um dos aspetos mais preocupantes da situação brasileira, é o descompasso entre o aumento considerável na educação nos últimos trinta anos e o avanço pouco significativo da produtividade, refletindo a baixa qualidade da formação nos níveis fundamental e médio, como também empenho insuficiente na implantação de bons cursos profissionalizantes. Algumas vezes, investimentos na educação têm sido usados de forma improdutiva, motivados ou destorcidos por vantagens políticas ou econômicas.
O eleitor deve demandar um reconhecimento precoce desses problemas pelos candidatos à Presidência e claridade nas propostas para a redução da insegurança nos setores produtivo e financeiro. Debates presidenciais devem fomentar um ambiente econômico melhor para o próximo governo, mesmo quando emoldurados na narrativa de campanha. Retórica do medo e incerteza desencorajam novas investimentos e magnificam a gravidade dos perigos inerentes à crise político-econômica da atualidade.