TEMPERATURA MÁXIMA Troca de mensagens atribuídas a procurador e secretário sinaliza clima pesado com denúncia e desmentido sobre infiltrados
Uma estranha troca de mensagens num grupo de whatsapp expõe o clima de animosidade que está marcando esta disputa presidencial de segundo turno na Paraíba. Seria entre o procurador Genezio Fernandes Vieira, da Fazenda Nacional, e o secretário Luís Torres (Comunicação). O caso vem dando o que falar.
Começou quando o procurador, conforme a mensagem, teria recebido um grupo de servidores estaduais, para denunciar uma suposta armadilha montada por militantes do governador, para se infiltrarem em manifestações do candidato Jair Bolsonaro, “para praticarem atos de vandalismo, dentre os quais, jogarem ovos nas pessoas, nos carros e em outros utensílios e espaços públicos”.
No revide, o secretário afirmou: “De imediato, informo que o governador irá processar pessoalmente o responsável pela veiculação de tais calúnias. Expressas, inclusive, em caráter de fato, não de suposição. Caro procurador, levando em conta que o senhor realmente recebeu tais visitas, digo claramente: o que o senhor supostamente ouviu não passa, naturalmente, de uma invencionice criminosa.”
NOTA ATRIBUÍDA AO PROCURADOR DA FAZENDA…
Meu nome é Genezio Fernandes Vieira, sou Procurador da Fazenda Nacional e no exercício das minhas atribuições funcionais, recebi em meu gabinete alguns servidores do governo do estado da Paraíba que me pediram para não serem identificados, os quais me informaram o seguinte:
O governador Ricardo Coutinho e seus seguidores estão organizando uma passeata entre os dias 19 e 21 de outubro de 2018, na qual vários dos seus seguidores se vestirão com camisetas de Jair Bolsonaro para praticarem atos de vandalismo, dentre os quais, jogarem ovos nas pessoas, nos carros e em outros utensílios e espaços públicos, a fim de mancharem o nome do candidato Jair Bolsonaro.
Desta forma, venho pelo presente solicitar a todas as pessoas de bem que repliquem esta mensagem em todos os veículos de comunicação, visando desmascarar estes malfeitores, bem como desmotivar tal ação que é danosa a democracia.
NOTA ATRIBUÍDA AO SECRETÁRIO LUÍS TORRES…
Meu nome é Luís Tôrres, sou Secretário de Comunicação Institucional do Estado da Paraíba e no exercício das minhas atribuições funcionais tomei conhecimento de mensagem encaminhada por meio de grupos de Wathzap pelo procurador da Fazenda, Genezio Fernandes Vieira, dando conta de que havia recebido supostos servidores do Estado “denunciando” que o governador Ricardo Coutinho estaria convocando gente para se infiltrar em manifestações em favor da candidatura do presidenciável Jair Bolsonaro para praticar vandalismos e, consequentemente, transferir as responsabilidades aos simpatizantes do candidato.
De imediato, informo que o governador irá processar pessoalmente o responsável pela veiculação de tais calúnias. Expressas, inclusive, em caráter de fato, não de suposição.
Caro procurador, levando em conta que o senhor realmente recebeu tais visitas, digo claramente: o que o senhor supostamente ouviu não passa, naturalmente, de uma invencionice criminosa. Isso sim é vandalismo. E contra a verdade, tão bem violentada nestes tempos de intolerância e disputas cegas. Reafirmo que isso não tem fundamento algum. O governador Ricardo Coutinho, ao contrário, tem colocado a própria cara na rua, sem esconder-se por trás de ninguém, para defender abertamente a preservação da cultura da tolerância e, principalmente, o respeito às leis democráticas deste Brasil. Aliás, é exatamente por causa disso que não se manteve em silêncio, e tem externado suas posições nesta disputa entre o equilíbrio e o risco, embora respeite toda e qualquer escolha livre feita pela cidadã e cidadão brasileiros.
O governador Ricardo Coutinho, como se sabe, angariou o respeito da Paraíba por mandar construir coisas. E não destruir.
Com todo respeito, sugiro que o senhor devesse orientar tais “servidores” a procurar as instâncias competentes para oficializar tais denúncias. Por que procuraram um integrante da Fazenda Nacional? Isso não seria caso para as policiais, ou para o Ministério Público, em caso de algum descrédito dos supostos denunciantes, bem como necessidade de anonimato? E, especialmente, além de procurar as instâncias para caso “tão grave”, que apresente provas das insinuações, repito, criminosas, que lhes apresentaram. Porque isso não é assunto que a língua por si resolva.
Isso será melhor do quer estimular o repasse de fakenews, ou para usar um eufemismo, de denúncias sem provas, em redes sociais. No mais, o governo está à disposição de todos e todas para fazer esclarecimentos sobre quaisquer temas que sejam relacionados ao Poder Executivo Estadual e de interesse da Paraíba.