Governador volta a negar motivação política na exoneração de delegado da Operação Cartola e ameaça processar Imprensa
O governador Ricardo Coutinho voltou a negar, em nota, que sua decisão de exonerar o delegado Lucas Sá (e sua equipe), tenha tido relação com o fato dele ter liderado as investigações da Operação Cartola, em que o seu nome foi citado numa interceptação telefônica, sobre compra de juízes. Na nota, o governador afirma que as investigações terminaram em junho e a demissão ocorreu há poucos dias.
Diz: “As investigações desenvolvidas pela Polícia Civil da Paraíba em relação à Operação Cartola foram oficialmente encerradas no dia 5 de junho de 2018, sendo, portanto, criminosa e irresponsável qualquer insinuação apontando que a exoneração recente de delegados teve como objetivo interromper ou prejudicar investigações da referida operação.” Em sua nota, o governador anexou a certidão sobre encerramento das investigações.
Após a demissão, o caso repercutiu nacionalmente, inclusive a partir de notas emitidas pelas associações de delegados da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, repudiando a ação do governador. Em sua nota, o governador também alerta que irá acionar judicialmente os veículos de comunicação, como a Rede Globo, “diante de exploração indevida do caso”.
O caso – No último dia 27, reportagem do Esporte Espetacular, trouxe que o governador tinha, supostamente, conhecimento do escândalo no âmbito da Operação Cartola. Na transcrição de um diálogo entre Breno Moraes e Zezinho do Botafogo, Breno afirma que, em conversa com Ricardo Coutinho, o governador teria recomendado comprar um juiz, para evitar derrota de seu time.
Breno conta a Zezinho que teria assistido ao jogo Botafogo e Atlético-MG ao lado do governador, e, em determinado momento, aparentemente incomodado com a goleada (o time mineiro venceu por 4 a zero), teria dito: “Breno, o certo era você ter comprado o juiz de um jogo desse aí“, que disse ter respondido: “Eu sei, mas não tive jeito de chegar.”
CONFIRA A ÍNTEGRA DA NOTA…
O Governo do Estado da Paraíba, por meio da Delegacia Geral da Polícia Civil, vem a público informar que as investigações desenvolvidas pela Polícia Civil da Paraíba em relação à Operação Cartola foram oficialmente encerradas no dia 5 de junho de 2018, sendo, portanto, criminosa e irresponsável qualquer insinuação apontando que a exoneração recente de delegados teve como objetivo interromper ou prejudicar investigações da referida operação.
Conforme aponta certidão (anexo) assinada pelo delegado João Ricardo M. M. da Franca Júnior, da Delegacia de Defraudações e Falsificações, e pelo escrivão Durval Balbino dos Santos Neto, emitida neste dia 5 de novembro de 2018, as investigações da Operação Cartola na Paraíba foram iniciadas no dia 20 de junho de 2017 e foram devidamente concluídas em junho de 2018, resultando nos inquéritos de números 196/2017, 063/2018, 064/2018, 065/2018, 066/2018, devidamente encaminhados ao Ministério Público Estadual, por meio de ofícios assinados à época pelo delegado Lucas Sá, então titular da DDF em João Pessoa.
Não há, portanto, que se falar em interferência de quem quer que seja dentro do processo investigatório visto que ele foi desenvolvido ao longo de um ano sem qualquer apontamento sobre supostos obstáculos e concluído há mais de cinco meses, conforme aponta certidão baseada em documentos oficiais, sem registro de eventuais óbices. Ao contrário disso, a autonomia das polícias da Paraíba foi um grande avanço desta gestão.
Destaque-se que o governador Ricardo Coutinho, em nenhuma das instituições responsáveis pelo caso, foi sequer citado como parte do processo ou das investigações.
E ressalte-se ainda que, além de ser uma prerrogativa constitucional do governador do Estado, a exoneração de delegados de funções comissionadas, bem como de quaisquer servidores públicos estaduais que exerçam cargo comissionado, é uma praxe no processo de remanejamento de funções dentro do Poder Executivo com o objetivo de aprimorar a prestação de serviço aos cidadãos e cidadãs paraibanas.
De modo que o Governo do Estado da Paraíba volta a repudiar qualquer ilação que exceda o limite dos fatos, reafirmando a intenção de acionar os meios jurídicos cabíveis diante de exploração indevida do caso.
CONFIRA CERTIDÃO… Operação Cartola certidão das investigações