ARREMATE DO DIA – O promotor, o advogado e o dia que Herodes lavou as mãos
Contado por William Tejo. Nos anos 1960, um pequeno comerciante de Campina Grande assassinou brutalmente sua esposa, com doze facadas, em vias públicas, após descobrir que ela havia cometido adultério com um vizinho.
O assassino contratou o advogado Agnelo Amorim (foto acima), e o caso foi a júri. Na hora do julgamento, o promotor Amaury Vasconcelos fez brilhante exposição contra o criminoso, e, pelo que Agnelo percebeu na reação do corpo de jurados, seria uma condenação por unanimidade.
Então, na hora de fazer sua peroração, Agnelo disse: “Vejo que uma injustiça será aqui cometida contra um cidadão que lavou a sua honra, após ser traído pela mulher. Então, eu lavo minhas mãos como fez Herodes…”
Amaury, um jurista culto, levantou a mão e lembrou, triunfante com o que julgava ser o erro do oponente: “Vossa excelência, devo dizer que quem lavou as mãos não foi Herodes, mas Pilatos…”
Então, Agnelo revidou: “Vossa excelência quer dizer então que Herodes nunca lavou as mãos?” O corpo de jurados não se conteve.