CALVÁRIO ELEITORAL Procurador diz que funcionários de organizações sociais podem ter sido usados na campanha eleitoral
A informação, em meio à avalanche de denúncias, pode parecer banal, mas é de uma extrema gravidade. Segundo o procurador Eduardo Varandas (Trabalho), o Ministério Público do Trabalho recebeu denúncias de que funcionários das OS (organizações sociais) foram recrutados com cabos eleitorais em favor de determinados candidatos na Paraíba. Ou seja, podem ter agido para comprometer a lisura das eleições.
Somente com respeito à Cruz Vermelha gaúcha, foram mais de 25 procedimentos investigatórios instaurados pelo Ministério Público do Trabalho a partir de denúncias de funcionários, especialmente com respeito a violação à legislação trabalhista, com assédio moral, atraso de salários, sonegação de FGTS e não pagamento de férias, dentre outros.
E mais: as denúncias não se restringem às OS da área de saúde, como a Cruz Vermelha e outras, mas também aquelas contratadas pelo governo Ricardo Coutinho na área de Educação. “Então, é preciso abrir a caixa preta das organizações sociais na Paraíba”, alerta o procurador do Trabalho. Varandas, como se sabe, foi o primeiro a alertar para a ilegalidade de terceirização da Saúde e, depois, da Educação.
Calvário – E, pelo visto, estava certo. Haja vista o resultado da Operação Calvário, que revelou um dos maiores esquemas de corrupção instalados a partir da Cruz Vermelha gaúcha que já resultou, no primeiro momento, com prisão de onze pessoas, inclusive o chefe da quadrilha, Daniel Gomes e o empresário Roberto Kremser Calmon (que se encontrava em João Pessoa).
Na Paraíba, houve também, numa segunda fase da operação, a prisão de Leandro Nunes Azevedo (assessor da secretária Livânia Farias – Administração), além de mandados de busca e apreensão na casa de Livânia e do secretário Waldson de Sousa (Planejamento).
Cabos eleitorais – Já no que tange ao uso de funcionários de OSs em campanhas eleitorais, não é de hoje, meu caro Paiakan, que ocorrem denúncias desse quilate. Na campanha de 2014, quando Ricardo Coutinho disputou a reeleição, a denúncia era que ele tinha composto um exército de cabos eleitorais, com funcionários de OSs e os chamados codificados, que são vulneráveis ao assédio dos gestores, por não terem estabilidade.
CONFIRA ÁUDIO DO PROCURADOR DO TRABALHO…