OPERAÇÃO CALVÁRIO Auditor estranha que a Cruz Vermelha recebeu R$ 1 bilhão em 8 anos e não comprou “um só equipamento”
Há uma curiosidade no contrato de terceirização do Hospital de Trauma com a Cruz Vermelha gaúcha, celebrado a partir de julho de 2011 pelo ex-governador Ricardo Coutinho: nos últimos oito anos, conforme dados constantes do sistema Sagres (Tribunal de Contas do Estado) Mas, “a organização social não comprou um só equipamento”, estranha um auditor do TCE.
Diz ainda: “Todos os repasses efetuados estão empenhados no elemento de despesa “339039” – Outros Serviços de Terceiros Pessoa Jurídica (Custeio). Quando o elemento de despesa para aquisição de tais equipamentos é “449052” – Equipamentos e Material Permanente (capital ou investimento). No caso em tela, é de causar estranheza, pois durante esse período não tenha havido nenhuma aquisição de equipamentos para atendimento médico.”
Pela lógica do auditor, se “a Cruz Vermelha do Rio Grande do Sul não adquiriu equipamentos, isso significa que, além de receber pela pactuação com a Secretaria de Saúde do Estado, o governo do Estado ainda teve que arcar com as aquisições de equipamentos no período, o que contraria o que foi pactuado”. Nesse caso, com a palavra a Cruz Vermelha.
Pagamentos – Entre julho/agosto de 2011 e dezembro de 2017, constam pagamentos totalizados de R$ 780 milhões. Não consta no sistema os valores pagos em 2018, mas fazendo uma projeção com o valor do ano anterior (ou seja, R$ 152 milhões), o total até de dezembro do ano passado estaria em cerca de R$ 950 milhões, talvez até superando R$ 1 bilhão.
Os dados foram fornecidos para a força-tarefa da Operação Calvário.