POR QUE SERÁ? Polícia do Rio desvenda morte de Marielle em menos de um ano. Já o crime de Bruno Ernesto 7 anos depois na Paraíba…
Algumas pessoas não gostam desse tipo de comparativo. Mas, a verdade é que não se pode brigar com os fatos. Da mesma forma que o Ministério Público do Rio de Janeiro levou “apenas” três anos para desbaratar a quadrilha que atuava na Cruz Vermelha, a polícia carioca elucidou (quase inteiramente), em menos de um ano, o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
Mas, nove anos depois não se tem notícia do que aconteceu com o inquérito do Propinoduto (aquela mala de dinheiro destinado a figurões), e sete anos depois, não se desvendou o crime de execução do jovem Bruno Ernesto, ocorrido em fevereiro de 2012. Um dos crimes mais bárbaros registrados no Estado, com requinte de perversidade, e com uma clara simulação de latrocínio. Típico queima de arquivo. Então, não há termo de comparação.
Marielle – O delegado Giniton Lages, da Delegacia de Homicídios, disse, na manhã desta terça (dia 12) que as prisões dos suspeitos de serem o atirador e o motorista do veículo, efetuadas hoje, são apenas a “primeira fase” das investigações. Foram presos o policial militar reformado Ronnie Lessa (atirador) e o ex-PM Élcio Queiroz (motorista). Falta agora chegar aos mandantes.
Bruno Ernesto – Já o Inquérito 1200, que investiga o assassinato de Bruno Ernesto, uma iniciativa do Ministério Público Federal, tramitou desde 2017, no Superior Tribunal de Justiça, mas, há poucos dias, o ministro relator Félix Fischer decidiu descer o processo para a Justiça da Paraíba, após um dos investigados, Ricardo Coutinho, perder o foro privilegiado, ao deixar o governo do Estado.
E é bem possível que o inquérito comece do zero, como temem os pais de Bruno Ernesto, Inês e Ricardo Moraes Rego. “Nós vamos fazer plantão na Justiça para que o inquérito que, segundo sabemos, já está praticamente concluso, possa chegar a seu desfecho com o indiciamento dos mandantes”, adverte Inês.