CALVÁRIO NA CHAPA Investigação apura se propina da Cruz Vermelha irrigou também campanha de Veneziano e Couto
Uma linha de investigação dentro da Operação Calvário, apesar de ser exatamente esse seu alvo prioritário, leva a questionar se, ao financiar a campanha de João Azevedo, nas eleições do ano passado, o dinheiro da propina da Cruz Vermelha também não beneficiou os candidatos Veneziano Vital do Rego e Luís Couto. Os dois eram integrantes da chapa majoritária liderada por João.
Como se sabe, o ex-assessor Leandro Nunes Azevedo afirmou, em delação, o dinheiro da caixa que recebeu num hotel do Rio de Janeiro (cerca de R$ 900 mil) foi utilizado para pagamento de fornecedores da campanha. Há detalhes, inclusive, de como se deu os pagamentos, em seu depoimento ao Gaeco, de pelo menos três fornecedores, que foram até o Rio para receber os pagamentos.
Pagamentos – Leandro detalhou para o Gaeco que o dinheiro da caixa foi utilizado para financiar a campanha do então candidato João Azevedo, num esquema que envolveu, não apenas caixa 2, mas, especialmente, utilização da propina. Foram pagos, segundo ele, vários fornecedores da campanha ainda no Rio de Janeiro.
Após combinar com Livânia, Leandro pagou os fornecedores Zé Nilson (Adesivos Torres), Weber (Plastifort), Henrique (Prática Etiquetas) e Júnior (carro de som). Para alguns deles, o pagamento foi feito em dinheiro e pessoalmente, e até com um bônus, porque houve dinheiro a mais do que o previsto. Para outros, depósito bancário realizado numa agência de shopping.
Campanha – Então, o questionamento que a força tarefa faz é: se o dinheiro era para pagar fornecedores da campanha, e a “campanha era casada” de João com seus candidatos ao Senado, Veneziano e Luís Couto, é plausível supor que também foram beneficiados com o dinheiro da propina da Cruz Vermelha.