VÍDEOS – Justiça reabilita docentes perseguidos que denunciaram uso de notas frias e aluguel ilegal de escola estadual para eventos religiosos
Em janeiro de 2018, professores (Tiago Rodrigues Araújo e Raquel Maria Soares Rodrigues) do Colégio Estadual da Prata, o Gigantão, em Campina Grande, haviam acionado o Ministério Público contra atos de perseguição e chegaram a pedir garantias para poderem dar suas aulas. Eles sobre toda sorte de retaliação, inclusive com relocação e redução de salários.
O caso ficou tão grave, que até a polícia foi acionada para conter os ânimos dentro da escola, depois que, segundo a denúncia, diretores incitaram alguns alunos agredirem moralmente os professores. Havia dede “preconceito de gênero, intolerância religiosa, até o constante assédio moral por parte de dirigentes tanto contra os professores e funcionários, quanto contra os alunos”, dizia a denúncia (confira vídeos mais em baixo).
Em longo relato feito à advogada Laura Berquó, os professores perseguidos revelam ter sido “transferidos à revelia da escola por denunciarmos o recebimento de proventos de forma indevida no aluguel da escola para eventos religiosos e cursinhos pré-vestibulares, irregulares na prestação de contas da escola e o registro indevido dessa prestação num cartório de outra cidade, no qual a secretaria de educação está apurando esse caso e auditando as prestações de conta da escola”.
Diz ainda um dos professores: “Desde já estou disponibilizando como testemunha caso seja preciso, pois estou com medo que possa acontecer retaliações maiores não só a minha pessoa, como também a meus familiares por serem denúncias sérias. Fora isso estamos entrando com outras ações, pois mesmo com os mandados de segurança, tivemos os nossos salários desse mês bloqueados. Fomos semana passada conversar com a diretora, um grupo de alunos nos recebeu novamente com hostilidade e a atual gestão não fez nada.
Acredito eu que a escola necessita de uma intervenção idônea, que não tenha ligações políticas com o pessoal das escolas cidadãs, já que somos denunciantes do caso e só nós sofremos punições, pois estamos com o salário bloqueado e a 4 meses sem trabalhar.
Fora essa questão ainda tem o dos funcionários das empresas terceirizadas da escola, que já nos relataram que tiveram por exemplo 6 meses de faltas descontadas em contracheque, descontos salariais não especificados e já tiveram que assinar notas frias na escola. Os envolvidos nesse caso foram apenas transferidos de escola e tem um deles que ainda dá aula na escola. Esses dias, os alunos foram incitados pela filha da antiga diretora e os seus comparsas que trabalham lá na escola ainda a fazer um abaixo assinado alegando maus tratos cometidos pela nova gestão e fazendo denuncia no Ministério Público só para provocar tumulto e discórdia…”
Retorno – Após serem relocados, de forma indevida, os professores decidiram acionar o Ministério Público. Em decisão do dia 21 de março de 2019, o juiz Tércio Chaves acatou o pedido e mandou, em decisão liminar, que o Estado promovesse o retorno dos professores ao seu colégio de origem, ou seja, ao Gigantão, reassumindo suas funções laborais.