DESTEMPERO DE ESTELA Desespero, medo da Calvário, revolta com Laura ou apenas pra imitar seu chefe?
Por que eu não consigo me surpreender, meu caro Paiakan, com o destempero da deputada Estela Bezerra? Bem, primeiro porque ela age atendendo a cartilha do seu chefete, que, no dizer do genial Vital Farias, anda se esgueirando por ai. Mas, foi disparadamente o governador que mais processou jornalistas desde as capitanias hereditárias, por ser de viés fascista e não saber conviver com o contraditório.
Depois, o avançar das investigações da Operação Calvário, que desbaratou o maior escândalo de corrupção da Paraíba e um dos maiores do País, evidentemente abalou os nervos dos mais próximos. De alguns meses para cá, foram varridos do governo João Azevedo, uma espécie de cópia do anterior, cinco dos principais parceiros de Ricardo Coutinho. Do chamado núcleo duro de seu esquema político.
Foram fulminados em sequência Livânia Farias, Amanda Rodrigues, Gilberto Carneiro, Waldson de Souza e, claro, Cláudia Veras. Esta última, lembre-se, indicada pela deputada Estela. Veras terminou despromovida por João Azevedo, e foi apeada da secretaria de Saúde, a de maior orçamento do governo, e exilada numa pasta adjunta de Articulação Municipal, sem praticamente qualquer importância.
Não bastasse esse cenário extremamente adverso, para dizer o mínimo, são cada vez mais frequentes as especulações indicando que parlamentares do esquema girassol estariam sendo investigados pela Calvário, por, supostamente, estarem envolvidos com a organização criminosa. Nomes não foram dados. Até agora. Mas, enquanto não sai o listão, é previsível que alguns fiquem com os nervos à flor da pele.
Finalmente, Estela, pelo visto, acusou o golpe das duras declarações da advogada Laura Berquó, na Assembleia, quando fez associação de seu nome ao crime de Bruno Ernesto. Verdade ou não, caberá à Justiça esclarecer. É assim que funciona nas democracias.
Mas, como a deputada, a exemplo de seu chefete, não respeita os postulados da convivência democrática, meu caro Paiakan, então temos episódios como este que a deputada protagonizou de extremo desequilíbrio, na realidade, de desespero (OUÇA ÁUDIOS).
Não estou surpreso, porque o que temos presenciado na Paraíba dos últimos anos é a expressão do totalitarismo, em que a liberdade de Imprensa foi uma de suas principais vítimas. A esperança é que a Operação Calvário avance e consiga alcançar todos aqueles envolvidos num charco da corrupção que envergonha a Paraíba aos olhos do País. Então, fica o registro da minha solidariedade ao jornalista Thiago Morais.