Cortes na educação levam alunos e professores às ruas para protestar contra o governo Bolsonaro
Simplesmente não há saída para o futuro que não seja pela via da educação. Por isso, se materializa como um verdadeiro desastre o corte orçamentário anunciado pelo governo Bolsonaro para o setor. Inadmissível que, num País de tantos analfabetos, muitos funcionais, eis que o governo, em vez de cortar privilégios, ataca o ensino público, com artifícios típicos do revanchismo.
Com bombons, sem bombons, a “performance” do senhor ministro Abraham Weintraub (Educação) não foi nem um pouco doce, para tentar explicar os cortes, e de uma pobreza intelectual grosseira. Primário. É tudo muito medieval. Primeiro, se anunciou um corte de 30% para universidades rebeldes. Depois, se estendeu para as demais. Ou seja, segue um governo movido pelo ódio. Depois, o corte virou 3,5%. Ou três e meio bombons. Que desastre.
Não se pode simplesmente atacar as universidades, sob a alegação de eventual doutrinação ideológica. Ora, e onde não há doutrinação nesse País, hoje? As universidades são a maior matriz da produção intelectual. Sem universidades, não há nação. Se há deslizes, que sejam apontados, fiscalizados e, sendo o caso, punidos os responsáveis. Mas, jamais punir o meio acadêmico com motivação inquisitorial.
E, repetindo, antes de cortar recursos da educação, o governo deveria, isto sim, cortar privilégios. E, até onde a vista alcança, pelo menos até o momento, não se tem notícias de que isso tenha ocorrido. Mas, como este tem se notabilizado com o governo da atrapalhada e da incompetência…