CALVÁRIO DE GILBERTO Justiça desce processo para a 5ª Vara Criminal após Carneiro ser demitido e perder o foro
As investigações em torno de Gilberto Carneiro, no âmbito da Operação Calvário, “desceram” para a 1ª instância, após a perda de foro com a demissão da Procuradoria-Geral do Estado. Gilberto, como se sabe, teve seu nome relacionado ao escândalo da Cruz Vermelha gaúcha, inclusive tendo sofrido um mandado de busca e apreensão na Calvário 5.
A informação de bastidores indica que Gilberto teria sido delatado pelo ex-assessor Leandro Nunes Azevedo. Mas, também há indícios que os depoimentos de Livânia Farias e Maria Laura Caldas de Almeida Carneiro relacionaram Gilberto ao escândalo. A organização criminosa, chefiada por Daniel Gomes da Silva (preso no Rio de Janeiro) movimentou mais de R$ 1,1 milhão só na Paraíba.
Levantamento recente sinaliza que, além da Cruz Vermelha, outras organizações sociais, como o Ipcep (Instituto de Psicologia Clínica Educacional e Profissional), esta também citada nos autos, chegaram a faturar, em oito anos de governo Ricardo Coutinho, mais de R$ 2 bilhões, o que faz desse escândalo um dos maiores do País.
Conforme as investigações, o dinheiro desviado das organizações sociais era utilizado para pagamento de propina a agentes públicos, conforme confirmou Leandro. Em sua delação, Leandro, após ser flagrado com uma caixa de vinho, contendo mais de R$ 900 mil, revelou que o dinheiro, amealhado em agosto de 2018, seria utilizado para pagar fornecedores da campanha de João Azevedo, Veneziano Vital e Luís Couto.
Esse dinheiro apreendido, durante o flagrante num hotel do Rio de Janeiro, era correspondente á propina de apenas um mês. O governo do Estado repassava à Cruz Vermelha, mensalmente, para terceirizar o Hospital de Trauma, cerca de R$ 13 milhões.
O processo de Gilberto estava com o desembargador Ricardo Vital. Agora, passa para esfera da juíza Andréa Gonçalves Lopes (5ª Vara Criminal).